Estado libera R$ 1,4 milhão para reflorestar área do antigo IPA, em Rio Preto
Diário da RegiãoO governo de São Paulo liberou R$ 1,4 milhão para recuperação e reflorestamento da Estação Ecológica do Noroeste Paulista, na área do antigo Instituto Penal Agrícola (IPA) de Rio Preto, que foi 90% atingida por queimadas em 2020. O recurso virá do Fundo Estadual de Recursos Hídricos (Fehidro), vinculado à Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado. A assinatura do contrato será realizada nesta quarta-feira, 5, pelo prefeito Edinho Araújo (MDB), representantes do Semae, do Comitê da Bacia Hidrográfica dos Rios Turvo e Grande (CBH-TG) e autoridades do Estado.
A área a passar por recuperação e reflorestamento foi alvo do que a Defesa Civil classifica como a pior queimada ocorrida na região nos últimos dez anos. O fogo consumiu cerca de 300 campos de futebol do antigo IPA, onde está também a Floresta Estadual do Noroeste Paulista. As chamas sem controle durante quatro dias destruíram cem hectares da Estação, com mata nativa e área de replantio.
O projeto "Restauração de Áreas de Preservação Permanente da Estação Ecológica do Noroeste Paulista e Entorno", desenvolvido pelo Serviço Municipal Autônomo de Água e Esgoto (Semae), prevê agora a restauração e replantio de 85 mil espécies nativas do Cerrado e de vegetação da floresta estacional semidecidual (Mata Atlântica do Interior).
"Este projeto é a primeira ação de recuperação da Estação", afirmou o vice-diretor do Ibilce/Unesp, Fernando Noll, responsável pela gestão da Estação Ecológica. Segundo o professor, a contratação da empresa para recuperação de pelo menos metade da área de conservação ficará por conta do Semae.
A empresa contratada, por meio de licitação que será realizada pela autarquia, deve fazer a recuperação por etapas. "Inicialmente deve se fazer um estudo. Posteriormente, depois de apresentar esse estudo da área, vem o projeto de execução", explicou o vice-diretor.
Diferentemente da floresta com áreas de pastagens e reflorestamento, a Estação Ecológica é composta por mata e regiões de replantios, as quais exigem um trabalho mais específico. "O objetivo é deixar o solo preparado para a recuperação e, em alguns locais, vai ter que ser feita uma limpeza para que tenha uma restauração natural", disse.
A restauração das áreas tem a intermediação do Comitê da Bacia Hidrográfica dos Rios Turvo e Grande, responsável por ações de identificação e priorização de área de mananciais para preservação dos recursos hídricos em outras partes da bacia hidrográfica. Além de Rio Preto, outros projetos também estão em aprovação na região.
"Vale destacar a importância da execução desse projeto em nossa bacia, que contempla a restauração ecológica em uma importante Unidade de Conservação do Estado, afetada gravemente por incêndios, e que servirá de modelo para a continuidade do nosso trabalho na Bacia do Turvo/Grande", afirmou o secretário-executivo do CBH-TG, Gustavo Antônio Silva.
O superintendente do Semae, Nicanor Batista Júnior, lembra que investimentos em plantio de árvores e recuperação da região incendiada está relacionada diretamente com a disponibilidade de água no município. "Plantar árvore é plantar água. Portanto, o plantio de 85 mil mudas irá contribuir para aumentar a vazão do Rio Preto, que recebe a água tratada da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), com 95% de pureza", disse.
Segundo Nicanor, "a vazão ajudará a depurar o esgoto residual que é lançado pela estação no Rio Preto, garantido a manutenção da vida naquele curso de água", afirma o superintendente.
A assinatura do contrato para execução do projeto está marcada para ocorrer às 16h30, no auditório Abediel Correia, na sede do Semae. De acordo com informações do governo estadual, a cerimônia deve ser "simbólica" em razão da pandemia do coronavírus.