29/08/19 13h58

Exportações brasileiras de carne suína deverão crescer 20% em 2019

Portos e Navios

As exportações brasileiras de carne suína deverão crescer 20% neste ano em relação a 2018 diante da demanda aquecida da China pela proteína, afirmou o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, em evento em São Paulo. A associação vinha trabalhando com uma estimativa de incremento de 12%, para 720 mil toneladas.

“Teremos um aumento ligeiramente maior que o projetado anteriormente, por força de que no segundo semestre, nos meses de outubro e novembro, estamos prevendo muito mais força nas exportações para a China”, afirmou Turra durante o Salão Internacional da Avicultura e Suinocultura (Siavs). Segundo ele, também é preciso levar em conta que a peste suína africana está afetando diversos países da Ásia, não apenas a China.

“Hoje, o que sabemos é que a China está com uma demanda de 15 milhões de toneladas e o mundo inteiro exporta para o mundo todo 8 milhões de toneladas. Então a China terá que suprir essa demanda também com carnes bovina e de aves e com peixe. Rudo será importante para eles”.

De janeiro a julho deste ano os embarques brasileiros de carne suína somaram 414,4 mil toneladas de carne suína, 19,6% mais que no mesmo período de 2018. Turra estima que em 2020, o aumento das exportações poderá chegar “tranquilamente” a 30%.

“Esse ano a China vai se abastecer com o rebanho saudável remanescente, mas no ano que vem vai precisar efetivamente desse volume de 15 milhões de toneladas, e aí tem espaço maior para todos os exportadores”. De acordo com dados do banco holandês Rabobank, a China deverá importar 3 milhões de toneladas de carne suína neste ano e volume chegará a 4 milhões de toneladas no ano que vem.

Segundo Turra, neste ano a produção brasileira de carne suína deverá ter um crescimento modesto. Mas em 2020, disse, haverá espaço para uma ampliação maior. A perspectiva da ABPA é que produção de carne suína aumente entre 1% e 2,5% no país em 2019, para até 4,1 milhões de toneladas neste ano.

“Nós temos uma produção pequena e estável, que não cresceu muito por conta de uma crise constante. Mas agora surgiu uma boa oportunidade, então é certo que nós vamos ter uma boa oportunidade e crescimento. Não vai ser tão grade porque a nossa turma anda devagar, cautelosa, porque o setor deu muito sustos nos últimos anos".

Para Turra, as exportações de aves também deverão crescer pelo impulso da demanda chinesa. O aumento dos embarques do produto em 2019 continua estimado em 4% a 5%.