17/09/20 13h15

Exportações de Araçatuba para a China cresceram quase 40%

Folha da Região

A crise na economia internacional provocada pela pandemia (Covid-19) e a guerra comercial entre as duas maiores economia do mundo (EUA X China) não domaram o apetite Chinês por matérias-primas e commodities agrícolas. O gigante asiático ampliou suas compras de produtos regionais entre janeiro e agosto desse ano em comparação ao mesmo período do ano passado.

Dessa forma, houve uma ampliação das exportações de algumas cidade da região para a economia chinesa, destacando-se os municípios de Andradina, Araçatuba, Bento de Abreu, Mirandópolis e Valparaíso.

Maior cidade da região e sede administrativa, Araçatuba, também ampliou suas vendas para a segunda maior economia do mundo. Foram US$ 2,6 milhões de dólares exportados, crescimento de 39,8% em comparação a janeiro a agosto do ano anterior. O produto embarcado foi também açúcar.

O levantamento dos dados foi realizado pelo economista e pesquisador em economia local e regional professor Marco Aurélio Barbosa de Souza com base nos dados do Ministério da Economia.

O pesquisador explica que apesar do crescimento das exportações regionais desencadear efeitos positivos para as cadeias produtivas locais tornando-se um elemento de alavancagem do desenvolvimento das cidades, do ponto de vista macroeconômico é preocupante a situação em decorrência dos efeitos inflacionários provocados pelo crescimento da demanda externa em direção a China e da demanda interna de alimentos.

E, esse desequilíbrio, entre demanda e oferta, pressiona os preços, gera inflação e corrói o poder aquisitivo das famílias, impactando sobretudo as pessoas mais pobres. Além disso, a concentração das exportações em um único país cria dependência e traz vulnerabilidades em relação a inserção internacional da economia brasileira.

CIDADES

Entre os municípios o destaque foi a cidade de Andradina, cujas exportações aumentaram 12,9% entre janeiro e agosto desse ano em comparação ao mesmo período do ano passado totalizando US$ 251,02 milhões de dólares. E, desse montante, 51,3% (US$ 129 milhões) foram exportados para a China, aumento de 49,7% em relação ao mesmo período do ano passado. Dessa forma, a cidade ampliou em US$ 42,8 milhões suas exportações ao gigante asiático. O professor explica que no caso de Andradina o principal produto exportado para a China foi a carne bovina congelada.

Outro destaque regional foi a cidade de Valparaíso que apresentou crescimento de 74,8% nas exportações no ano ante o mesmo período do ano passado alcançando o valor de US$ 117,97 milhões de dólares. Do total exportado, 15,2% foi destinado a China. Todavia, o que chamou a atenção, foi o expressivo crescimento acumulado no ano de 549,5%, acréscimo de US$ 15,2 milhões de dólares nas exportações em comparação a 2019. Forma US$ 17,9 milhões de dólares de açúcar exportados para a China em 2020.

Bento de Abreu aumentou suas exportações de açúcar para a China em 613,98%, incremento de US$ 2.029 milhões nas vendas.

Por outro lado, Mirandópolis também aumentou suas exportações de açúcar para a China passando de US$ 569,86 mil dólares para US$ 723,123 mil, crescimento de 26,89%.

Apesar de não pertencer a Região Administrativa de Araçatuba, a cidade de Promissão é exemplo do apetite e da concentração das exportações em direção a China. Nesse ano, 85,8% das exportações locais tiveram como destino o país asiático. Foram US$ 194 milhões de dólares, crescimento de 185,5% ante 2019, representando um incremento de US$ 126 milhões nas exportações locais. O produto exportado foi carnes congeladas.

CARNE

As exportações brasileiras de carne bovina aumentaram 12% no acumulado do ano até agosto, passando para cerca de 1,3 milhão de toneladas, com impulso de importações pela China, que elevou em 65,8% as compras no mesmo período, informou nesta terça-feira (8) a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo).

Os chineses, que ampliaram compras diante da redução da oferta de proteína animal por impactos da peste suína africana em seu plantel, responderam por 62,4% de toda a carne bovina exportada pelos brasileiros no ano até agosto, disse a Abrafrigo, com base em dados do governo brasileiro.

O cálculo leva em consideração o produto que entra pela China continental (530.458 toneladas) e pela cidade-estado de Hong Kong (212.261 toneladas), informou, em nota, a associação.

Depois da China, o segundo maior cliente do Brasil foi o Egito, que importou 91.529 toneladas de janeiro a agosto, com queda de 25,4% na comparação anual. O Chile veio na terceira posição com 50.360 toneladas adquiridas (-34,2%), enquanto a Rússia ficou com a quarta posição com 43.177 toneladas (-4,6%).

Na quinta posição estão os Estados Unidos, que elevaram as compras em quase 40%, para 34.502 toneladas. Na sexta posição, as Filipinas, com 25.660 toneladas (+23,4%), e, na sétima, os Emirados Árabes, com 25.595 (-58,2%). A Abrafrigo informou ainda que o Brasil registrou, em agosto, novo recorde de exportações para o mês, com um total de 191.141 toneladas de carne (in natura e processada), com a China levando 108 mil toneladas.

A receita em agosto alcançou US$ 753,2 milhões, com alta de 19% em relação ao mesmo mês de 2019. No ano, o faturamento atingiu US$ 5,4 bilhões, com crescimento de 23%.

fonte: https://www.folhadaregiao.com.br/2020/09/09/exportacoes-de-aracatuba-para-a-china-cresceram-quase-40/