13/01/09 10h13

Fabricantes de cimento têm melhor dezembro em dez anos

Gazeta Mercantil - 13/01/2009

Apesar do encolhimento em alguns setores da construção civil - com notícias de demissões e cancelamento de futuros projetos imobiliários -, a indústria ainda trabalha a todo vapor para atender o novo patamar de consumo que o Brasil atingiu nos últimos dois anos. Dados preliminares do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (Snic) mostram um crescimento de 14,3% nas vendas do produto para o mercado interno, chegando ao patamar inédito de 51,1 milhões de toneladas comercializadas no ano. Considerado apenas dezembro, a alta foi de 11% sobre mesmo período de 2007, para 3,9 milhões de toneladas. Não apenas é um bom patamar para o último mês do ano - que costuma ter pouco movimento devido aos feriados e ao período de chuvas -, como também é o melhor desempenho para um mês de dezembro dos últimos dez anos. Com as 51 milhões de toneladas de cimento que o Brasil alcançou em 2008, o País deve retomar a posição de 6 maior consumidor de cimento do mundo, posto que perdeu em 1999 para chegar a 10 em 2006. Ainda com a probabilidade de um crescimento menor em 2009, as empresas do setor não descartam a necessidade de uma capacidade maior. Ao longo de 2007 e 2008 a maior parte das dez cimenteiras presentes no País anunciaram investimentos que ampliariam a capacidade instaladas em 50%, das atuais 60 milhões de toneladas ao ano para 90 milhões de toneladas, segundo estimativas do Snic. Maior delas, a Votorantim Cimentos, que possui cerca de 40% de participação do mercado, anunciou um projeto de investimentos de R$ 3,2 bilhões (US$ 1.4 bilhão) até 2012. A maior parte do projeto - pelo menos três novas grandes unidades - devem ficar prontas apenas em 2010, quando, acredita Chamma, o mercado internacional deve estar mais estável. Ao longo de 2008, no entanto, a empresa já inaugurou três unidades de moagem e já reabriu três fábricas que estavam desativadas desde o início da década. "Se o Brasil aguentar o primeiro semestre sem entrar em recessão, ou com uma recessão fraca, a tendência é que o mercado volte a crescer normalmente em 2010", disse André Schaeffer , diretor comercial da Camargo Corrêa Cimentos, dona da marca Cauê. A empresa está traçando para este ano um plano de expansão de capacidade mas não antecipou maiores informações. "Em 2009 o mercado ainda pode ser bom, apesar do crescimento menor, ainda será um ano puxado para a indústria de cimento", afirmou Schaeffer.