27/11/07 15h57

Fabricantes de pré-moldados vão movimentar US$ 2,3 bi

Valor Econômico - 27/11/2007

Depois de quase dois anos do início da explosão de lançamentos imobiliários residenciais, só agora a indústria de pré-moldados começa a sentir os efeitos do que vem sendo considerado no setor como o maior ciclo de crescimento na construção civil nas últimas décadas. Exatamente por quase não atuar no segmento residencial, as empresas desse setor não viveram o boom da construção civil no mesmo ritmo que seus concorrentes das obras tradicionais. Mas com o crescimento da economia se consolidando e muitas companhias expandindo seus negócios a toque de caixa, o setor está vivendo uma fase que é considerada como inédita por muitas companhias. De acordo com a Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto (Abcic), o setor como um todo registrou uma expansão de 15% nesse ano. Pelas estimativas da entidade, as empresas de pré-moldados movimentaram cerca de R$ 4 bilhões (US$ 2,3 bilhões) em 2007. O ritmo de crescimento, aposta a Abcic, deve se manter o mesmo no ano que vem. Entre as principais empresas, no entanto, as previsões são bem mais otimistas. A Munte, líder do segmento em São Paulo e uma das três maiores produtoras do país, está ampliando a produção em 30% nesse ano e acredita que vai produzir mais 20% ou 30% no ano que vem. Na Cassol, a maior produtora do setor no Brasil, o otimismo é semelhante. Neste ano a produção da companhia que tem cinco fábricas no país deve chegar a 130 mil metros cúbicos, 20% a mais do que no ano passado. Ainda exceção no setor, as obras residenciais são feitas majoritariamente no Brasil por meio da construção tradicional, salvo nas empresas de baixa renda que estão investindo em tecnologias próprias de industrialização da produção de imóveis. Hoje, ainda, o que move esse setor são supermercados, universidades, fábricas e centros de distribuição. Por conta disso, o setor acredita que a explosão das incorporadoras residenciais teve algum impacto no setor, mas que o grande responsável pela expansão desse último semestre foi o aquecimento real da economia, que esse ano deve fechar com crescimento próximo de 5%.