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Ferrovias levam simuladores de tráfego e software para os trilhos

Valor Econômico - 10/08/2007

A velocidade não mudou muito. Desde meados do século XIX, quando as primeiras locomotivas começaram a cruzar os trilhos do país, trens de carga seguem a mesma toada preguiçosa de seus 30 quilômetros por hora, 35 no máximo, um ritmo bem diferente daquele que tomou conta da área de informática dessas empresas nos últimos anos. A tecnologia embarcou de vez nos vagões das principais empresas do país. A Vale fez as contas. A empresa controla 9,8 mil quilômetros de malha ferroviária no país. Nos últimos anos, investiu no desenvolvimento de um computador de bordo para as locomotivas. Outro sistema foi acoplado aos vagões para indicar ao maquinista a "condição ótima" do trem. No trajeto, o computador calcula fatores como o peso da carga, o trecho da linha e sua inclinação para indicar ao maquinista a aceleração mais adequada, freio etc. Resultado: nos últimos dois anos, a Vale deixou de queimar 40 milhões de litros de diesel. O cenário não é diferente na MRS Logística, companhia que tem 14 mil vagões e 500 locomotivas em atividade. Por ano, a MRS chega a gastar R$ 1 bilhão (US$ 532 milhões) em manutenção para manter seus trens sobre os trilhos. A atenção que as companhias ferroviárias passaram a dar para a área de informática reflete nos orçamentos destinados ao setor. Neste ano, a MRS vai gastar R$ 30 milhões (US$ 16 milhões) com TI. Mais agressiva ainda é a Vale, que detém as malhas da Estrada de Ferro Carajás, Estrada de Ferro Vitória a Minas e a Ferrovia Centro Atlântica. No início deste ano, a CVRD reservou US$ 100 milhões (US$ 53,2 milhões) para investir em tecnologia até 2009. Os recursos já vem sendo aplicados. A virtualização também tem ajudado a América Latina Logística (ALL) a administrar aquela que é uma das áreas mais complexas de uma companhia ferroviária: seu pátio logístico. Um sistema desenvolvido pela empresa permite que o funcionário responsável pelo pátio visualize seu espaço de forma gráfica no computador. Neste ano, a ALL quer investir R$ 14 milhões (US$ 7,45 milhões) em projetos de TI.