18/04/07 15h11

Goldman Sachs amplia aposta no Brasil

Gazeta Mercantil - 18/04/2007

Apenas um mês depois de lançar seu banco de investimentos no Brasil, o americano Goldman Sachs anunciou ontem o envio ao País de Valentino Carlotti, um de seus sócios, para comandar a área de renda fixa na região, incluindo a corretora. Eduardo Centola seguirá no comando das operações de banco de investimentos do Goldman na América Latina. "Vamos trabalhar lado a lado", disse Centola, explicando que a nomeação de Carlotti ao posto de presidente atende a uma exigência do Banco Central. Carlotti tem a missão de formar um banco múltiplo, englobando os negócios de administração de recursos de terceiros, private banking e a corretora. A área foi criada em dezembro de 2006 com a compra de uma licença para operar com câmbio, juros e commodities na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) e reportava-se à diretoria em Nova York. O próprio banco diz que nesse curto espaço de tempo já se tornou um dos maiores players desses segmentos, com cerca de 30% das posições em aberto. Simultaneamente, o Goldman dobrou sua equipe, incluindo a contratação de nomes de peso, como Stephen Graham, ex-UBS, e Ana Cabral, ex-Credit Suisse, para comandar as áreas de análise de empresas e de mercado de capitais, respectivamente. O objetivo do banco é atingir duas metas de uma só vez. Uma delas é deixar de depender do nicho de fusões e aquisições, setor onde é líder mundial, de acordo com a Thomson Financial. O banco também quer entrar com tudo no mercado de emissões de ações e de negociação de títulos. O executivo avisa que o quadro de funcionários do banco (hoje são cerca de 100, segundo profissionais do setor) deve dobrar de novo nos próximos doze meses. O outro objetivo é ampliar a participação do Brasil nas operações mundiais da instituição. Em seu último balanço trimestral, o banco de investimentos, que é o maior do mundo em valor de mercado, informou que pela primeira vez mais de metade de sua receita veio de operações fora dos Estados Unidos. No caso brasileiro, é um recomeço. Depois de vencido na tentativa de se expandir no País via aquisições - em 2005 perdeu para o UBS a disputa pelo Pactual; dois anos antes perdera o Garantia para o Credit Suisse -, a estratégia agora é crescer organicamente.