31/07/19 11h53

Governo anuncia impacto de R$ 131 mi do Festival de Inverno de Campos do Jordão

Pesquisa da FGV aponta que cada real investido no evento devolveu R$ 16,7 para a economia e gerou mais de 1.800 postos de trabalho

Governo do Estado de São Paulo

Nesta terça-feira (30), em coletiva de imprensa realizada na Secretaria de Cultura e Economia Criativa de São Paulo, o Secretário Sérgio Sá Leitão apresentou os resultados do 1º Estudo de Impacto Econômico do Festival de Inverno de Campos do Jordão, realizado pela Fundação Getúlio Vargas.

O Secretário Estadual de Turismo Vinicius Lummertz, o Prefeito de Campos do Jordão Frederico Guidoni, o Diretor Executivo da Osesp Marcelo Lopes, o Diretor Executivo da Orquestra Jazz Sinfônica Antonio Ribeiro e o Gerente Executivo da FGV Luiz Gustavo Barbosa participaram da mesa e comentaram o impacto do evento.

Segundo a pesquisa, a 50ª edição do Festival gerou impacto econômico total de R$ 131 milhões no Estado de São Paulo, 1.844 postos de trabalho e R$ 17,4 milhões em impostos. Cada R$ 1 investido injetou R$ 16,7 na economia local e gerou R$ 3,16 em tributos.

“O resultado nos surpreendeu. Acredito que sempre temos que trabalhar com estudos e dados objetivos, então, esse estudo é realmente muito significativo, não apenas pelos números que traz, mas porque também nos mostra dados gerenciais para que possamos aperfeiçoar a realização do Festival e a própria gestão da política cultural. Os dados justificam o investimento do poder público e toda a atenção e apoio que se dá à política pública de Cultura aqui no Estado de São Paulo”, disse o Secretário.

“O Festival de Campos do Jordão deste ano foi o maior de todos. Não houve nenhum investimento de recurso público e recebeu o maior número de pessoas, a maior taxa de ocupação hoteleira, além de um grande retorno econômico para vários setores. Também consolidou a Serra da Mantiqueira e região como maior destino turístico de inverno do Brasil. Isso é muito importante para a economia de São Paulo”, disse Vinicius Lummertz, Secretário Estadual de Turismo.

Marcelo Lopes, Diretor Executivo da Osesp, ficou entusiasmado pelos resultados. “É uma saída para daqui a um tempo precisarmos um pouco menos do Estado e, de uma forma mais sustentável, mantermos as nossas atividades. Não sem uma política cultural, mas de forma subsidiária, para ficarmos um pouco mais livres em relação à economia. Vamos sempre buscar a nossa participação no orçamento estatal, mas é importante olharmos para estes números como quem vê possibilidades, alternativas”.

Durante o período do evento – de 29 de junho a 28 de julho – Campos do Jordão recebeu 674.932 visitantes, uma média de 134 mil por fim de semana. Destes, 34,6% afirmaram que o Festival de Inverno foi o principal motivo da viagem; 54,3% declararam ter sido uma das principais razões para visitarem a cidade; enquanto 11,1% declarou que o evento não influenciou a decisão. O número de visitantes é 6,7% maior que no mesmo período de 2018 e a ocupação hoteleira cresceu 10 pontos percentuais, de 85% em 2018 para 95% este ano.

“O Festival de Inverno trouxe resultados muito positivos para a cidade de Campos do Jordão em relação ao fomento à cultura e geração de emprego e renda. O evento movimenta a economia do turismo, promovendo cultura e arte, recebendo os turistas com qualidade e promovendo a geração de renda”, declarou o Prefeito de Campos do Jordão Frederico Guidoni.

 

Efeito dominó

Adotando uma metodologia conservadora, o estudo da FGV considerou para a análise do impacto econômico somente os 34,6% dos turistas que confirmaram que a visita aconteceu por motivo do Festival. Em seguida, a Fundação avaliou setores econômicos e seus efeitos na movimentação de outros, direta e indiretamente.

O Festival impactou diretamente restaurantes, serviços de transporte terrestre, hotéis, agências de viagens, locadoras de veículos, comércio e entretenimento, e indiretamente fornecedores de alimentos, indústria de bens de consumo, marketing, propaganda, limpeza, manutenção, energia, água, óleo e gás, entre outros.

“O ponto fundamental é esse: entender como o investimento pode alimentar a cadeia econômica de uma cidade. Neste caso, temos grande parte do impacto relacionado ao setor de turismo, que traz não residentes e dinheiro novo à cidade, e toda a alavancagem econômica que isso gera”, explicou Luis Gustavo Barbosa.

No total, foram movimentados R$ 118 milhões em todos os setores impactados. O campo alimentício foi o maior favorecido, com movimentação de R$ 44,6 milhões; o setor de compras vem em seguida, com impacto de R$ 22,3 milhões; na sequência, hotelaria, com R$ 20,4 milhões; atrativos, R$ 19,7 milhões; transporte, R$ 6,98 milhões; e outras áreas, R$ 4,6 milhões.

A produção e a organização do evento também movimentaram a economia: 9,6% do impacto total. Diretamente, são pagos cachês aos artistas, serviços de logística, aluguéis de espaços e estruturas e equipes de marketing, promoção e administração. Indiretamente, estes bens e serviços são fornecidos pelas indústrias de bens de consumo, propaganda, limpeza, manutenção, energia, água, óleo e gás e outros. Esta cadeira impacta a economia gerando empregos, renda e impostos. No total, a realização do evento fez girar R$ 13 milhões.

 

50ª edição recordista

O Festival teve números recordes de público total, com 151 mil expectadores, e de apresentações, com 133, num total de 9.180 minutos de música.

“Os concertos, principalmente na Sala São Paulo, foram dominados por jovens. Isso para mim foi o resultado mais importante desse Festival. Abrimos espaço para começar a pensar novamente em como fomentar a música popular brasileira, que precisa muito dessa iniciativa”, destacou Antonio Ribeiro, Diretor Executivo da Orquestra Jazz Sinfônica.

Houve crescimento também no pilar formação, com 4.110 horas de aulas, 201 alunos bolsistas, 69 professores e oito prêmios e bolsas de estudo.

Na mídia, uma visibilidade de 135 matérias de TV, 386 de rádio, 203 de impressos e 807 de web. Mais de 5,5 milhões de pessoas alcançadas nas redes sociais.

 

Zero de orçamento público

A 50ª edição do Festival de Inverno de Campos do Jordão foi realizada com investimento 100% privado. Por meio de Leis de incentivo – ProAC ICMS e marketing direto -, foram investidos R$ 7,84 milhões pelas empresas Sabesp, Pirelli, Grupo 3 Corações, Stella Artois, Rede, Cacau Show, Localiza e Fritz Dobbert.

O estudo revelou também um total de R$ 17,4 milhões em impostos arrecadados. Somente o Governo Federal receberá R$ 3,16 em impostos para cada R$ 1 de renúncia via Lei Rouanet.

“É importante dizer que o Festival não teria acontecido se não fosse o investimento contínuo e permanente que o Estado faz na Osesp, na Sala São Paulo, no Auditório Cláudio Santoro, na Jazz Sinfônica. Além desses 7,84 milhões que foram diretamente utilizados para a realização do Festival, temos que considerar todo esse investimento permanente feito também no Conservatório de Tatuí e no Projeto Guri, que fizeram uma participação bastante importante no Festival. Não temos nenhuma dúvida em relação à importância da política cultural, do investimento público e do papel do poder público como articulador e estimulador das atividades culturais e criativas. É importante valorizar, também, a participação das empresas privadas estatais, com e sem Leis de Incentivo, porque precisamos fazer com que o investimento privado na Cultura aumente cada vez mais”, disse o Secretário.

Benedito Braga, presidente da Sabesp, salienta que o evento tem um aspecto econômico muito importante para o Estado de São Paulo, unindo o trabalho de inclusão social à valorização da cultura, com muitas atrações abertas e gratuitas ao público.

“Ficamos extremamente satisfeitos com os resultados deste importante evento musical”, sinaliza Mario Batista, diretor de assuntos corporativos da Pirelli na América Latina.

“Toda iniciativa a favor do varejo é bem-vinda, e o Festival também cumpre esse papel – fundamental para decidirmos sobre nosso apoio ao evento. Neste mês de intensa programação na cidade, enquanto os turistas curtiam as atrações e o frio, criou-se uma ótima oportunidade para que a economia local se aquecesse”, afirma Messias Esteves, diretor da Rede.