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Indústria puxa previsões do PIB para a casa de 5%

Valor Econômico - 10/08/2007

Com a firme expansão da indústria no primeiro semestre e os números robustos apresentados pelo setor automobilístico em julho, ganham força as apostas num crescimento na casa de 5% neste ano. O Bradesco revisou ontem sua previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2007 de 4,9% para 5,2%, enquanto o HSBC elevou a sua na segunda-feira, de 4,7% para 5,1%. A convicção de que a produção industrial cresce a um ritmo forte - também na casa de 5% - tem levado os economistas a elevar suas estimativas para o PIB. Uma série de fatores impulsiona a economia neste ano, como a queda dos juros, a expansão do crédito a taxas mais baixas e prazos mais longos, o aumento da renda e o crescimento do emprego. Para o segundo semestre, espera-se também que haja um impulso fiscal mais forte - o superávit primário deve diminuir, uma vez que tendem a aumentar os investimentos da União, Estados e municípios. O Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco revisou de 4,5% para 5% sua estimativa para o crescimento da produção industrial neste ano. A divulgação dos números de junho confirmou que a indústria avança a passos firmes. No segundo trimestre, houve expansão de 5,8% na comparação com o mesmo período do ano passado. Um índice calculado pela MB Associados mostra que, em junho, 81,6% dos 76 subsetores cresceram em relação a igual mês de 2006, bem mais alto que os 73,7% de maio e junho. O economista-chefe do HSBC, Alexandre Bassoli, também vê um desempenho firme da indústria. Além do resultado da indústria no primeiro semestre, Bassoli chama a atenção para o comportamento do setor automobilística em julho, que viu sua produção aumentar 20,4% em relação ao mesmo mês de 2006. As vendas cresceram ainda mais: 31,1% na mesma base de comparação, atendidas em parte pelo forte aumento das importações. Na indústria, o grande destaque é o setor de bens de capital, que acumula crescimento de 16,7% no ano, bem acima dos 4,8% da indústria geral. É um número saudado pelos analistas, porque, aliado à forte importação de máquinas e equipamentos, mostra que as empresas estão investindo para ampliar a capacidade produtiva.