12/04/07 15h24

Interesse belga em biocombustível brasileiro

Valor Econômico - 12/04/2007

Dirk Becquart, diretor comercial do porto de Ghent, na Bélgica, um dos maiores portos da Europa, desembarcou no Brasil com a missão de reunir-se com o maior número possível de fabricantes brasileiros de biocombustível. "A importação de biocombustível do Brasil é só uma questão de tempo", diz ele. "Não teremos como atender a demanda crescente com produção local, o futuro será um mix de produção com importação". Hoje, diz o belga, a importação de biocombustível do Brasil é economicamente inviável por conta da tributação. No caso do etanol, por exemplo, a taxa de importação imposta pela União Européia é de 0,19 euros por litro. Além da taxa de importação, há uma norma técnica que incentiva o consumo de biocombustível produzido a partir da canola e restringe óleos fabricados a partir de soja ou palma, os casos mais comuns no Brasil.  Becquart, porém, acredita que a pressão política por redução das taxas vai forçar uma revisão dentro de poucos anos. Mais do que o álcool, afirmou, os belgas estão interessados em informações sobre fabricação de biodiesel a partir de produtos como soja, palma, mamona. "A logística de transporte do biodiesel é mais fácil que a do álcool", diz. Pesa também o fato de a maior parte da frota de veículos da Bélgica ser movida a diesel. O combustível comercializado hoje na Bélgica tem uma mistura de 2,5% com biodiesel. A meta é elevar para 7%. Embora saiba que é cedo para pensar em contratos com fabricantes brasileiros de biocombustível, Becquart diz que a direção do porto de Ghent - que passou recentemente por uma grande reforma - está atento à aproximação entre os fabricantes brasileiros e os empresários belgas. "Minério e aço são nossa realidade, mas o biocombustível será nosso futuro".