11/12/15 19h02

Investe SP atuará para organizar produção em escala mundial de vacina contra dengue

Objetivo é formatar modelo de investimento que permita, quando aprovada a vacina, atender Brasil e dezenas de países

Investe São Paulo
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A expectativa do Butantan e do Governo do Estado é ter a vacina aprovada e disponível até 2017 e começar aplicar a dose gratuitamente na população

A Investe São Paulo vai participar da construção do modelo de investimento necessário para a produção da vacina contra a dengue em escala nacional e mundial. Tratativas nesse sentido já foram iniciadas por determinação do governador Geraldo Alckmin e, na próxima segunda-feira pela manhã, 14 de dezembro, o presidente da Agência, Juan Quirós, participará de uma reunião técnica na Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, convocada pelo secretário David Uip, justamente para equacionar o modelo de negócio.

A intenção é preparar potenciais parceiros para a produção em massa da vacina caso os testes da fase 3, anunciados nesta sexta-feira, 11 de dezembro, pelo governador Alckmin, comprovem a eficácia do produto desenvolvido pelo Instituto Butantan. A fase 3 dos testes, liberada pela Anvisa após ida do governador Alckmin a Brasília, envolverá 17 mil voluntários em 13 cidades de 12 estados brasileiros e será acompanhada por cientistas brasileiros e do exterior. Comprovada a eficácia, será a primeira vez na história que será ministrada uma vacina, em dose única, contra os quatro tipos de vírus da dengue.

Os testes da vacina serão acompanhados por 14 centros de estudos credenciados pelo Instituto Butantan. Dos 17 mil voluntários, dois terços receberão a vacina e o outro um terço receberá o placebo. Poderão participar do estudo pessoas que estejam saudáveis, que já tiveram ou não dengue em algum momento da vida e que se enquadrem em três faixas etárias: 2 a 6 anos; 7 a 17 anos e 18 a 59 anos.

A expectativa do Butantan e do Governo do Estado é ter a vacina aprovada e disponível até 2017 e começar aplicar a dose gratuitamente na população. A vacina do Butantan já foi testada em 900 pessoas: 700 nos Estados Unidos pelo Instituto Nacional de Saúde (NHI, na sigla em inglês) e 300 na cidade de São Paulo, pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Os testes comprovaram que ela é segura e induz o organismo a criar anticorpos contra os quatro tipos de dengue, de forma eficaz.


Mercado mundial

A dengue ameaça hoje mais de 3 milhões de pessoas no mundo, informou o governador Alckmin em coletiva: “Na América do Sul, Central, Sul dos Estados Unidos, Sul da Europa, Ásia e África. O que temos aqui hoje, desenvolvida no Estado de São Paulo pelo Instituto Butantan, é uma vacina que, com uma única dose, poderá combater e eliminar esta ameaça planetária. Daí a importância deste investimento e da preparação de um modelo que possa produzir a vacina para todo o mundo”.

O secretário David Uip disse que, enquanto são realizados os testes, será intensificada a guerra contra o mosquito transmissor da dengue, envolvendo o Exército Brasileiro e todas as secretarias do Governo do Estado de São Paulo. “Decretamos a morte do mosquito transmissor”, apontou.

O presidente da Investe São Paulo, Juan Quirós, explicou que já existem empresas nacionais e multinacionais interessadas em produzir a vacina em escala mundial. Este modelo de fabricação, entretanto, será construído com o apoio da Agência em parceria com técnicos do Governo do Estado, o Instituto Butantan, instituições e da iniciativa privada: “Estamos diante de uma enorme responsabilidade para com o Brasil e o mundo”, disse Juan, que agradeceu o apoio decisivo do secretário de Desenvolvimento Econômico e vice-governador, Márcio França, para que a Investe SP atuasse neste processo.

Participaram de reunião no Palácio dos Bandeirantes com o governador, para definir as primeiras providências na fase 3 dos testes, nesta sexta-feira, o presidente do Instituto Butantan, Jorge Calil; o presidente da Fundação Butantan, Adré Franco Montoro Filho; os pesquisadores e diretores do instituto, Alex Precioso e Yara Curi, entre outros especialistas que ajudaram a desenvolver a vacina.