29/05/07 10h51

Investimento em emergente é recorde

O Estado de S. Paulo - 29/05/2007

Os investimentos em países emergentes alcançaram US$ 647 bilhões em 2006, um recorde, segundo o relatório Financiamento do Desenvolvimento Global de 2007, divulgado ontem pelo Banco Mundial (Bird). O crescimento dos emergentes também foi excepcional, com expansão média do Produto Interno Bruto (PIB) de 7,3%, bem acima da alta do PIB mundial, de 4%. Mas 2006 foi o pico do ciclo positivo, dizem economistas do banco. O crescimento dos emergentes desacelerará para 6,7% em 2007 e chegará a 6,1% em 2009, a reboque do menor avanço do PIB dos Estados Unidos. A desaceleração será gradual e os países emergentes estão equipados para lidar com esse novo ambiente externo, diz o Bird. Isso porque a maioria dos países em desenvolvimento aproveitou os últimos quatro anos de bonança para implementar políticas de proteção contra crises financeiras - redução de endividamento externo, alongamento do perfil da dívida, acúmulo de reservas e emissão de títulos em moeda local. De acordo com o relatório do Bird, os dados de investimentos do ano passado confirmam a mudança na composição dos fluxos de capital privado, formados, cada vez mais, por investimento estrangeiro direto e compra de ações, e menos por empréstimos. No ano passado, investimentos diretos e em ações foram quase 75% do total. O relatório alerta para a alta dos preços agrícolas, principalmente dos produtos usados em produção de biocombustíveis, como cana-de-açúcar, milho e soja. Com a reorientação da produção agrícola para abastecer a indústria de biocombustíveis, além de mudanças na política de estocagem da China, os estoques mundiais de grãos caíram para apenas 16% do consumo anual. Os baixos estoques são o principal motivo para a alta de 15% em trigo e milho, diz o Bird.