16/08/07 11h10

Investimento em petroquímica deve crescer 220%, diz BNDES

Folha de S. Paulo - 16/08/2007

O setor petroquímico deverá investir R$ 17,6 bilhões (US$ 9,36 bilhões) no período 2007-2010, o que significará um crescimento de 220% em relação ao valor investido entre 2003 e 2006, segundo estudo do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). A maior parte dos recursos será concentrada no Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro), concebido pela Petrobras para enfrentar o principal obstáculo à expansão da produção petroquímica nacional, que é a carência de matéria-prima local. A indústria petroquímica consome 10 milhões de toneladas de nafta por ano, mas a Petrobras só tem capacidade para fornecer 70% desse volume -o restante é importado. Com o crescimento do país, haveria pressão por aumento de importação de nafta ou de produtos petroquímicos acabados. A saída para o impasse concebida pela Petrobras é a construção do Comperj, que utilizará como matéria-prima o petróleo pesado extraído pela estatal do Campo de Marlim, em Campos, no Rio de Janeiro. A fabricação de petroquímicos a partir desse tipo de matéria-prima é uma tecnologia nova, utilizada apenas em pequena escala na China, diz o presidente do Conselho Diretor da Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química), Carlos Mariani Bittencourt. No estudo "Perspectivas do Investimento 2007-2010", o BNDES estima que os investimentos de R$ 17,6 bilhões (US$ 9,36 bilhões) no setor petroquímico elevarão em 45% a capacidade de produção de eteno, principal insumo petroquímico, que hoje está em 3,4 milhões de toneladas/ano.