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Mais econômico e prático, turboélice ganha espaço

Valor Econômico - 14/08/2007

O deslocamento de executivos para acompanhar obras em localidades tão distantes quanto o Norte e Centro-Oeste era uma dor de cabeça para a construtora S. A. Paulista, responsável pela construção de algumas hidrelétricas nessas regiões. Em Rondônia, por exemplo, a viagem consumia até dois dias, por meio da aviação comercial e por vans, para levar os viajantes da capital para o interior. Recém-proprietária de um turboélice, a empresa consegue agora deslocar os funcionários para o mesmo local em 4 horas e meia. "Ganhamos produtividade", afirmou o empresário Ubirajara Amorim Filho, presidente da Paulista, que também tem obras no Tocantins e Mato Grosso. Máquinas versáteis, os aviões turboélice ganham espaço dentro da aviação executiva nacional por terem custo operacional mais baixo e preços bem menores que os dos jatos. Mas o principal motivo para seu sucesso é ser capaz de pousar em pista de terra (das 2,6 mil pistas existentes no Brasil, apenas 400 são asfaltadas). Uma única pedrinha sugada por uma turbina pode significar um prejuízo de milhares de dólares e semanas de jato no chão. Dessa forma, a categoria tem atraído o interesse de grandes corporações - construtoras, mineradoras, empresas ligadas ao agronegócio etc - que buscam no interior do país o crescimento de suas atividades. Os aviões a turboélice formam a segunda maior frota executiva, com 500 aparelhos, de acordo com levantamento da Associação Brasileira da Aviação Geral (Abag), em comparação com os 650 helicópteros e 350 jatos. Fabricantes e representantes projetam para os próximos anos vendas bem maiores que os 6% de crescimento estimados para o setor em geral.