20/08/07 14h36

Mercado interno garante demanda mesmo com crise

Valor Econômico - 20/08/2007

A atual crise no mercado financeiro mundial não deve afetar o crescimento do Brasil no curto e médio prazo. A expansão da demanda doméstica, que cresce à taxa de 5,4% ao ano, e tende a se fortalecer nos próximos meses, não será freada nem por possíveis elevações dos juros. Uma alta de 1% na taxa Selic, que elevaria o juro real para a casa de 8% ao ano, ainda garantiria um crescimento de 7% no mercado interno neste ano e de 6,3% em 2008. Os cálculos são de Alexandre Schwartsman, economista-chefe para a América Latina do ABN Amro Real e de Tatiana Pinheiro, também do ABN. Schwartsman, no entanto, está longe de comemorar esses números. Isso porque os cálculos de Cristiano Souza, também da equipe do ABN, mostram que o Produto Interno Bruto (PIB) potencial do país é de 3,8% ao ano. O que isso significa? Significa que o crescimento máximo que a economia pode atingir sem que existam fortes pressões nos preços é 3,8%. Para Souza, nem mesmo um incremento de 8% nos investimentos (Formação Bruta de Capital Fixo) em 2007 e de 6,5% no próximo ano, embutido em seus cálculos, vão permitir uma expansão maior sem mais inflação. A aceleração da expansão da demanda não é um problema para a inflação de agora nem para a do ano que vem, mas pode fazer estragos a partir de 2009.