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Mesmo com crise, montadoras investem

Gazeta Mercantil - 12/01/2009

O abalo que a crise econômica produz na indústria automobilística já era esperado. Fabricantes já haviam sinalizado os estragos e os rumos que deveriam tomar para tentar mudar o quadro - em mercados maduros ou em desenvolvimento. Pesquisa realizada pela KPMG no último trimestre de 2008 com 200 executivos do setor de todas as partes do mundo mostra como a queda dos mercados mudará as formas de atuação das montadoras e fornecedores. Segundo entrevistados em escala planetária, a margem e a lucratividade serão fortemente abaladas com a diminuição da produção. Além de produtos tecnologicamente mais eficientes, a indústria automobilística deverá recorrer a fusões de marcas e inovações tecnológicas para recuperar a confiança do consumidor e os mercados. Uma das boas notícias é que os fabricantes tendem a manter os investimentos para superar os desafios. "Os tempos são difíceis. Mas a pesquisa mostrou que muitas empresas estão dispostas a enfrentar os desafios, focando em seus pontos fortes e na forma eficaz de gerenciar seus negócios. Os executivos entendem claramente que não podem tirar os olhos do investimento em inovação tecnológica, já que essa será a maneira de encarar a crise e se readequar ao novo mercado", afirma Charles Krieck, sócio-líder da KPMG para o setor automotivo. De acordo com Krieck, a pesquisa identificou que o Brasil, responsável por 60% do mercado sul-americano, será um dos países que mais resistirão e terão condições de reverter a crise no setor. "Os executivos da indústria consideram que o Brasil, ao lado do Oriente Médio e África, serão os mercados mais resistentes", disse. No décimo ano da pesquisa da KPMG, realizada entre setembro e outubro de 2008, os executivos entrevistados representaram fabricantes e fornecedores de veículos do Canadá, Estados Unidos, Inglaterra, França, Alemanha, Suécia, Índia, China, Coréia do Sul, Japão, Tailândia, Brasil, México, Espanha, Polônia, Eslováquia, Rússia, República Tcheca, Itália, Suíça, África do Sul e Austrália. A pesquisa ouviu gerentes, diretores, vice-presidente e presidentes de montadoras e fabricantes de autopeças nos principais centros produtores e mercado de veículos.