03/07/20 13h38

Movimentação portuária registra alta de 3,7% em comparação com 2019

Mesmo com a pandemia de covid-19, as expectativas são de um aumento ainda maior nas operações portuárias

A Tribuna

Os portos brasileiros movimentaram 340,5 milhões de toneladas entre janeiro e abril deste ano. O montante corresponde a um crescimento de 3,71% em comparação com o primeiro quadrimestre do ano passado. Mesmo com a pandemia de covid-19, as expectativas são de um aumento ainda maior nas operações portuárias de todo o País no ano.

Os dados são do Estatístico Aquaviário da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). Apenas no mês de abril, 91,6 milhões de toneladas foram movimentadas, um crescimento de 16,6% em comparação com o mesmo mês de 2019.

Segundo a Antaq, do total movimentado, os portos privados foram os responsáveis por 65,2% das operações. E o Terminal da Ponta da Madeira (MA) foi a instalação privada que mais movimentou cargas, 51,8 milhões de toneladas, nos quatro primeiros meses de 2020.

Já os portos públicos foram responsáveis por 34,8% das movimentações de cargas no País. O Porto de Santos liderou com a operação de 35,3 milhões de toneladas.

Para o economista e professor universitário Hélio Hallite, já era previsto o aumento em tonelagem em razão das demandas do agronegócio. “O consumo de alimentos aumentou no planeta e o Brasil estava na oferta com a produção recorde de aproximadamente 250 milhões de toneladas. O que me preocupa é o desempenho exportador da indústria e dos serviços. Nesses setores, os transportes aéreos foram severamente prejudicados”, disse.

Segundo a Antaq, o minério de ferro foi a carga mais movimentada no setor portuário durante o quadrimestre: 108,5 milhões de toneladas, queda de 6,21% em relação ao mesmo período de 2019. Entre janeiro e abril deste ano, o destaque foi para a movimentação de combustíveis minerais, com alta de 17,54%.

“Também era natural o melhor desempenho dos portos privados, especialmente pela predominância dos granéis sólidos do agronegócio (nessas instalações). Os portos públicos sofreram com a redução das cargas regionais, tanto no âmbito da cabotagem, quanto da América do Sul”, destacou Hallite.

De acordo com a agência reguladora, até o momento, os efeitos da covid-19 na movimentação portuária brasileira ficaram restritos principalmente ao mês de janeiro, pico da epidemia na China. No período, houve redução de 15,3% nas exportações para o país asiático.

No entanto, esse efeito foi superado nos meses seguintes, tendo as exportações de janeiro a abril para esse país aumentado em 11,7%. Cargas como soja e petróleo registraram crescimento de mais de 40% em suas operações.