18/06/20 11h15

No pós-pandemia, Estado sugere preços baixos para atrair turistas para Baixada Santista

Secretário estadual de Turismo, Vinicius Lummertz promete campanha para divulgar atrativos, mas acha que região precisa melhorar estética

A Tribuna

No período pós-pandemia, as viagens internacionais ficarão em segundo plano e será preciso dar incentivos para que turismo interno, pelas cidades do Brasil, se fortaleça. A retomada consistente é possível desde que toda a cadeia turística diminua suas margens de lucro, acredita o secretário estadual de Turismo de São Paulo, Vinicius Lummertz. Ele promete uma campanha de marketing para divulgar as atrações das regiões do Estado, incluindo a Baixada Santista. 

“Nossa prioridade, na largada, será não só a campanha. Para que a comercialização (de pacotes) seja feita a partir da campanha, é preciso que a pessoa que ouça a falar da Baixada Santista consiga comprar com bom preço. É começar a nivelar essa intermediação”, disse o secretário, em resposta para A Tribuna, durante uma videoconferência organizada pela Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Estado de São Paulo (ABIH-SP), na terça-feira (16).

Para Lummertz, da agência que vende, passando pelo transporte, até os hotéis, todos precisam ter consciência que não é hora de ganhar mais. “Temos que ter preço, ser mais barato. Os empresários tem de conversar e todos diminuir a margem. Não dá para ganhar o que ganhava antes”. 

Miami santista

O secretário disse que a Baixada Santista tem “potencial e muito charme”, e que já conversou com o prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), sobre a importância de melhorar a estética regional. Ele fez uma comparação entre Miami, nos Estados Unidos, e Santos.

“Miami, entre as décadas de 20 e 50, era uma supercidade, e caiu na década de 80, ficando muito semelhante ao que Santos é hoje. Santos já esteve por cima na época do café e caiu. Já Miami fez a retomada baseada na estética, em charme, eventos de arte. Tem uma arquitetura pujante. Santos também, porém, tem insegurança, desemprego, uma série de questões a serem equacionadas. Estamos disponíveis para ajudar”

Lummertz é contra a verba do Departamento de Apoio do Desenvolvimento das Estâncias (Dade), repassada pelo Estado, ser usada apenas para obras. E ressalta que a Baixada Santista precisa de um projeto estruturado para o Turismo.

“Problema é quando você não tem projeto. Não digo que a Baixada não tem, mas não aparece tão claramente. Há casos - e falei com o prefeito Paulo Alexandre sobre isso – que requerem uma visão urbanística e arquitetônica de fora. A Flórida é um bom case. Não temos que ter essa timidez”.