Peugeot Citroën vai exportar motores "flex" para a Europa

Folha de S. Paulo - 18/04/2007

A filial brasileira do grupo francês PSA Peugeot Citroën se prepara para exportar motores flex para a Europa a partir do segundo semestre, anunciou ontem o presidente mundial da montadora, Christian Streiff, em visita ao Brasil. O objetivo é dar a opção ao consumidor europeu de usar álcool como combustível, disse Streiff, que assumiu em maio com a missão de tornar o grupo lucrativo e implementar programa de redução de custos. Os primeiros 30 motores da fase de testes foram enviados à França e Suécia, onde serão montados os carros flex nos modelos Peugeot 307 e Citroën 304. Será a primeira montadora instalada no país a exportar motores flex para a Europa. No Brasil, os carros flex respondem por 80% das vendas do grupo -que comercializou 96 mil veículos em 2006, 19,5% a mais do que em 2005. Após um início difícil dos negócios no país, o novo presidente da unidade brasileira, Vincent Rambaud, disse que a filial fechou 2006 com "equilíbrio". Não citou números nem fez previsões sobre os negócios. Como em todo o mundo, o grupo buscará cortar custos entre seus fornecedores e adaptar a engenharia dos novos modelos a equipamentos mais baratos, segundo Rambaud. No Brasil não devem ser eliminados postos de trabalho, ao contrário do que o grupo prevê para a Europa. "Esperamos crescimento lento ou ausência de crescimento de nossos efetivos no Brasil. Já contamos com um ganho de produtividade ao imaginarmos que nossa produção cresce a 20% ao ano [sem aumentar o quadro de funcionários]", disse Streiff. O foco da redução de custos no Brasil e na Argentina será a busca por preços mais competitivos de fornecedores, diz o executivo. Instalada no país desde 2001 e com 5,2% do mercado brasileiro de automóveis (5ª no ranking), a companhia está disposta a "pensar numa estratégia local" a partir da criação da Unidade de Negócios do Mercosul, segundo Streiff.