21/05/19 11h59

Positivo cria fundo de investimentos e faz aportes de olho nas agrotechs

Gazeta do Povo

Duas agrotechs do interior de São Paulo foram as escolhidas pela Positivo Tecnologia para receber os primeiros aportes saídos de um fundo de investimento de participações criado pela empresa para a aceleração de startups. Os recursos foram repassados no primeiro trimestre à AgroSmart, de Campinas, e à @Tech, de Piracicaba, em movimentação divulgada agora em maio. Os valores não foram revelados.

As companhias voltadas ao fornecimento de soluções em tecnologia para o agronegócio entraram no radar da Positivo ainda entre os anos de 2017 e 2018, período durante o qual foram feitas avaliações para selecionar as startups a serem impulsionadas. De acordo com a consultora de Novos Negócios da Positivo Tecnologia, Graciete Lima, a estratégia colocada em prática com o FIP pretende ampliar a participação da Positivo em áreas como Internet das Coisas, Big Data, Blockchain e Inteligência Artificial, a partir do investimento em empresas que promovam o acesso a essas tecnologias.

“A gente vem construindo uma tese de quais são as áreas de tecnologia que a gente queria desenvolver, não só do nosso core”, pontua a consultora, “fintechs, edutechs, agrotechs. Se a gente olha na vertical do agro, o Brasil tem um grande potencial [...]; nesse cenário, nós somos uma empresa de tecnologia, o Brasil tem grandes áreas de pesquisa e adesão à tecnologia na área do agronegócio, então foi o casamento perfeito”, resume.

 

As escolhidas

Fundada em 2014, a AgroSmart oferece uma plataforma integrada que monitora dados na lavoura e gera modelos agronômicos inteligentes que auxiliam na tomada de decisões de produtores rurais e empresas dos segmentos da agroindústria, alimentos e bebidas. Já a @Tech, criada em 2015 na incubadora da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo (USP), oferece uma plataforma de inteligência artificial voltada à pecuária. A ferramenta auxilia na tomada de decisão e indica ao criador o melhor momento de negociar os bovinos para a indústria, a partir da curva de lucro individual.

Na avaliação da consultora de Novos Negócios da Positivo Tecnologia, as startups tem potencial para otimizar processos e potencializar ganhos no campo, de forma sustentável. Além dos aportes realizados, a empresa deve oferecer apoio estratégico, suporte operacional e acesso facilitado a rede de parceiros para gerar maior tração e desenvolvimento dos negócios das agrotechs, com expectativa para que se tornem líderes de mercado.

A Positivo Tecnologia pretende fazer novos aportes ainda em 2019, mas Graciete Lima afirma que não estão definidas quantas devem ser as startups selecionadas para receber os aportes nem a que valores podem chegar os investimentos.

Apesar de as duas primeiras startups a serem aceleradas com aporte do FIP da Positivo serem voltadas ao agronegócio, Graciete Lima reforça que o fundo não é voltado apenas para as agrotechs. “Foi uma coincidência e uma questão de oportunidade, de momento de negócio. Mas [o fundo]está completamente aberto, analisando outras verticais e áreas de negócios.

Em 2019, faremos novos aportes e já estamos olhando diversas startups”. Dentre outros interesses já indicados pela Positivo estão as áreas de educação, com relação histórica com a companhia, e de soluções para varejo, também de atuação da empresa. Mesmo assim, a representante da empresa afirma que “não temos uma tese 100% delimitada em áreas, temos sim uma tese muito forte em tecnologia: tem que ser empresas que estejam trazendo uma disrupção para o seu usuário”, avalia.