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Receita e lucro das maiores companhias cresce acima do PIB

Valor Econômico - 14/08/2007

As mil maiores empresas no país tiveram em 2006 um faturamento líquido conjunto de R$ 1,25 trilhão (US$ 574,2 bilhões), 9,4% acima do apresentado no ano anterior, segundo o anuário "Valor 1000", que circula hoje para assinantes e venda em bancas. Descontada a inflação de 3,14% (IPCA), o crescimento real foi de 6,1%, bem acima da expansão do PIB, de 3,7%. O lucro líquido total, R$ 109,7 bilhões (US$ 50,4 bilhões), avançou 8,7% (5,4% reais). A rentabilidade do patrimônio caiu um pouco, de 16,3% em 2005 para 15,3%. "Valor 1000" apresenta as mil maiores empresas por receita líquida e seleciona, entre elas, as melhores de 27 setores com base em dados de balanços. Essas campeãs setoriais foram premiadas ontem à noite, em cerimônia com a presença do ministro da Fazenda, Guido Mantega. Entre elas, o anuário escolhe a campeã das campeãs, a Empresa de Valor, prêmio que neste ano coube à WEG Equipamentos, como foi anunciado na solenidade. Fatores benéficos como o ambiente de inflação baixa e sob controle, de risco-país declinante e de crescimento do PIB prevaleceram, nos resultados apresentados pelas mil maiores companhias, sobre questões negativas como os ruídos políticos em ano de eleição e a queda do ministro da Fazenda, Antonio Palocci. No ranking das mil maiores empresas, um dos destaques é a ascensão da Fiat Automóveis da 14ª para a 10ª posição, com um crescimento de 24,4% na receita líquida, o segundo maior entre as 50 primeiras colocadas. A Fiat sagrou-se campeã do setor Veículos e Peças do anuário, com indicadores como a rentabilidade do patrimônio de 47,7%, a segunda maior do setor. AmBev deu um salto do 36º para o 13º lugar, neste caso como resultado de uma reestruturação societária: a companhia, antes uma holding, incorporou atividades operacionais do grupo. Já entre os maiores lucros em valores absolutos, a liderança é da Petrobras (R$ 26,1 bilhões/US$ 12 bilhões), também a maior companhia do país, seguida da Companhia Vale do Rio Doce (R$ 13,4 bilhões/US$ 6,2 bilhões), quarta no ranking geral e Telefônica São Paulo (R$ 2,8 bilhões/US$ 1,3 bilhão) - esta, campeã do setor Telecomunicações. "Valor 1000" mostra, também, os rankings e os números das empresas por região do país. A participação das empresas do Sudeste na receita líquida total manteve a trajetória de alta iniciada na edição do anuário no ano passado: passou de 74,2% para 75,7% do total. No Sudeste estão 634 das 1000 maiores empresas do país - eram 619 no ranking anterior.