17/08/07 10h50

Roche analisa potencial do País para novas drogas

Gazeta Mercantil - 17/08/2007

A farmacêutica suíça Roche, uma das gigantes mundiais do setor e líder em tratamentos contra o câncer, voltou suas atenções para o País a fim de averiguar qual o potencial brasileiro em pesquisa e desenvolvimento de novas drogas, área na qual investiu cerca de US$ 5 bilhões em 2006. Na semana passada, a empresa enviou ao Brasil um grupo de executivos e cientistas da Roche Pharma Partnering, sua divisão responsável pelo estabelecimento de parcerias, liderado por Lee Babiss, chefe mundial de pesquisa da Roche. Eles visitaram durante cinco dias diversas instituições, entre as quais a Fundação Biominas, centro de biotecnologia localizado no estado de Minas Gerais, e os institutos do Coração (Incor) e Butantan, ambos em São Paulo. É a primeira incursão da Roche nessa área no País. Hoje, assim como a grande maioria das multinacionais, a companhia realiza aqui apenas estágios avançados de pesquisas em fase clínica, que são feitas depois do desenvolvimento da substância ativa e quando a entrada do remédio no mercado já está praticamente garantida. Neste ano, a previsão da Roche é investir aproximadamente US$ 20 milhões nessa área no Brasil, alta de 35% em comparação ao ano anterior. Babiss disse, com exclusividade a este jornal e entre um encontro no Incor e outro no Butantan, que a investigação do potencial brasileiro está sendo iniciada. "Vi coisas muito interessantes, que serão melhor analisadas por uma equipe de especialistas que enviaremos posteriormente", afirmou, sem revelar maiores detalhes do que examinou. Disse apenas que busca pesquisas de remédios e tecnologias nas principais áreas de interesse da companhia, entre elas, oncologia, virologia e transplantes. Um dos focos, porém, será a indústria de biotecnologia, em que o Brasil, por meio principalmente de incubadoras, parece ser uma promessa. O segmento dobrou de tamanho nos últimos dez anos, para cerca de US$ 4 bilhões (incluindo todas as áreas da biotecnologia), segundo a Roche. Com mais de 70 trabalhos publicados e membro do conselho do Centro de Biotecnologia Avançada da Universidade de Medicina de New Jersey (UMDNJ), Estados Unidos, o executivo observou, contudo, que outros fatores também serão analisados para balizar uma decisão futura de investimento em pesquisa básica no Brasil. Antes de estabelecer qualquer tipo de colaboração, serão várias as visitas ao País, incluindo às agências governamentais.