16/05/22 13h10

RP tem superávit de R$ 79 mi em 2021

Jornal Tribuna Ribeirão

Um levantamento do Instituto de Economia Maurílio Biagi e do Departamento de Comércio Exterior (Comex) da Associação Comercial e Industrial (Acirp) comparou os dados da balança comercial de Ribeirão Preto nos anos de 2011 e 2021 e constatou que, em uma década, a cidade passou de um déficit de quase R$ 9 bilhões para um superávit de R$ 79 milhões. 

O estudo foi feito a partir da análise da base de dados do Departamento de Inteligência e Estatística de Comércio Exterior da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério da Economia, com o objetivo de traçar um panorama da balança comercial da cidade e seus parceiros comerciais nestes dois períodos. 

Os Estados Unidos, que não figuravam na lista dos principais mercados em 2011, despontaram como o principal comprador no ano passado, respondendo por 19,6% das exportações, seguido por Argentina (6,6%) e Chile (5,7%). Em 2011, Venezuela, Bolívia e Malásia ocupavam, respectivamente, as três primeiras posições de forma bastante equilibrada (9,8%, 9,51% e 8,26%). 

O estanho continua sendo o principal produto exportado, tendo saltado de 15,3% em 2011 para 38,2% em 2021. “Como uma das principais empresas nacionais do setor tem sede comercial na cidade, os contratos de exportação são feitos por aqui e os valores contabilizados a partir do volume exportado em dólar”, explica a assessora de Comércio Exterior da Acirp, Thayná Rais. 

Importações

O perfil dos produtos importados também mudou de um ano para outro. Se em 2011 os principais itens adquiridos foram livros, brochuras e impressos (5,5%), borracha (5%) e aparelhos para medicina (4,1%), figuram no ranking de 2021 instrumentos e aparelhos para medicina (9,4%), aparelhos mecânicos (5,8%) e polímeros de etileno (3,4%). 

Entre os principais mercados aparecem China (24,1%), Estados Unidos (17,6%) e Alemanha (5,9%). Em 2021 se mantiveram China (24,9%) e Estados Unidos (15,9%), mu­dando apenas o terceiro país, que é a Itália (7,9%). “Além do desenvolvimento da cidade e da capacidade de exportação de commodities, outro fator que explica a mudança é o câmbio”, emenda o coordenador do Instituto de Economia, Vicente Golfeto. 

Em 2011, segundo o levantamento da Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto, o dólar circulava entre R$ 1,60 e R$ 1,80. “No último ano, o valor foi superior a R$ 5,00. Ou seja: a moeda local depreciada favoreceu a balança comercial”, conclui o coordenador do Instituto de Economia. 

São Paulo

Em 2021, as exportações paulistas (US$ 54,1 bilhões) superaram o recuo de 2020 (US$ 42,5 bilhões), provocado pela pandemia, e ultrapassaram até mesmo o desempenho de 2019 (US$ 48,6 bilhões), de acordo com estudo da Fundação Sistema Estadual de Análise de Da­dos (Seade) com base nos dados do Ministério da Economia. 

As importações (US$ 67,2 bilhões) também superaram o nível pré-pandemia (US$ 64,0 bilhões), transpondo a demanda mais baixa por produtos importados de 2020 (US$ 54,1 bilhões). Com isso, o saldo da balança comercial paulista fechou 2021 em 13,2 bilhões. 

Pauta de exportações

Os principais produtos da pauta de exportação em 2021 não diferem muito daqueles comercializados em 2019. Entre os cinco principais, quatro se mantiveram: aviões, soja, óleo bruto de petróleo e açúcares, sendo que em 2021, esses dois últimos produtos tiveram valores superiores aos de 2019. 

Também não houve alteração nos cinco principais países (EUA, China, Argentina, Chile e México) de destino dos produtos paulistas entre 2019 e 2021. Contudo, os valores das exportações para os Estados Unidos diminuíram, com destaque para a queda na venda de aviões. Já as exportações para a China cresceram de forma significativa, refletindo, em parte, o aumento da comercialização de açúcares de cana. 

Entre 2019 e 2021, reduziram-se as exportações com maior intensidade tecnológica, recuando de 12,0% para 7,1% aquelas de alta intensidade tecnológica (p.ex. aviões) e de 32,7% para 30,7% as de média-alta (p.ex. automóveis). Já as de média-baixa (p.ex. combustíveis) e baixa (p.ex. açúcares) intensidade tecnológica ampliaram-se de 16,5% para 18,8% e de 24,4% para 27,6%, respectivamente. 

fonte: https://www.tribunaribeirao.com.br/site/rp-tem-superavit-de-r-79-mi-em-2021/