21/05/19 11h55

Setor farmacêutico aposta em inovação para conquistar mercado

Secad

Ainda que pairem dúvidas sobre a retomada do desenvolvimento econômico brasileiro, o mercado farmacêutico mantém sua aposta no valor da pesquisa e desenvolvimento (P&D). De acordo com o ranking Inovação Brasil 2018, elaborado pelo jornal Valor Econômico com o apoio da Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei), o setor farmacêutico é o segundo mais inovador do país, atrás apenas do mercado de bens e consumo.

Entre as indústrias do setor farmacêutico incluídas no levantamento, cerca de 62% apontaram a inovação como a principal prioridade estratégica para se manter – e crescer – no mercado. Os investimentos em inovação trazem boas perspectivas, mas ainda são considerados insuficientes para que o país se destaque no cenário global das pesquisas clínicas.

Novas patentes e novos produtos

O Laboratório Cristália registrou um faturamento de R$ 1,9 bilhão em 2017. Desse montante, 6% foram aplicados em inovação e desenvolvimento. A unidade de P&D da empresa, localizada em Itapira (SP), recebeu R$ 20 milhões para obras de ampliação no ano passado. O local concentra os estudos de novos produtos para as áreas farmacêuticas, farmoquímica e biotecnologia.

Os esforços da empresa já resultaram na obtenção de 105 patentes no Brasil e no exterior, em países como Argentina, Canadá, China, EUA e Japão. Isso sem contar os mais de 200 pedidos de novas patentes que estão em andamento.

E não é apenas na concepção de medicamentos que essa inovação se materializa. Um dos exemplos é uma embalagem desenvolvida pelo laboratório de pesquisas da Cristália para produtos anestésicos. A Sterile Pack é utilizada para armazenar substâncias aplicadas na coluna espinhal. Com embalagem primária completamente esterilizada, o produto vai diretamente para as mãos do anestesiologista, dispensando esterilizações adicionais e reduzindo o risco de infecções em centros cirúrgicos.

Parcerias por inovação no setor farmacêutico

O Aché Laboratórios ocupa a 8ª colocação no ranking geral de empresas inovadoras. A sua estrutura de P&D concentra mais de 300 profissionais – e deve ser ampliada através de parcerias. Juntamente com a Hypermarcas e com os laboratórios EMS e União Química Farmacêutica, o Aché criou a joint venture Bionovis.

O grupo planeja investir R$ 500 milhões até 2020 no desenvolvimento de produtos biotecnológicos. Além disso, a empresa mantém uma parceria internacional para a utilização do Structural Genomics Consortium (SGC) , um consórcio de universidades e indústrias que visa acelerar o desenvolvimento de novos remédios.

Já com o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) e com a empresa Phytobios, o objetivo da parceria é identificar substâncias bioativas provenientes de extratos vegetais para o desenvolvimento de medicamentos para uso em tratamentos oncológicos e dermatológicos. O investimento inicial no projeto é de R$ 10 milhões.

As parcerias com universidades também são um dos caminhos buscados pelas empresas do setor. O laboratório Biolab Sanus, por exemplo, se associou à Universidade de São Paulo (USP) no desenvolvimento de um medicamento para enjoo que dispensa o acompanhamento de líquidos.

A facilidade de administração é o principal trunfo do Vonau Flash. O remédio, assim, surge como uma opção para pacientes que não reagem bem à ingestão de água durante as crises estomacais. Ao todo, a patente reverteu R$ 1,44 milhão para a USP em 2017 – cerca de 58% da receita advinda de royalties da instituição.

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