Unicamp assinou 75 convênios de P&D e alcançou 115 licenças vigentes com empresas em 2018
UnicampA Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) encerrou 2018 com 22 novas licenças de exploração da sua propriedade intelectual para empresas, totalizando 115 contratos ativos que geraram no último ano R$ 1.7 milhão em ganhos econômicos, o segundo maior valor vindos de royalties com transferência de tecnologia para a Universidade.
Esses são alguns dos resultados disponíveis no Relatório de Atividades 2018 da Agência de Inovação, cuja versão online foi divulgada nesta quinta-feira (04) no site da Inova Unicamp. Os números de inovação também apresentam que a Universidade assinou 75 novos convênios de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) com a indústria durante o ano passado, parceria que investiu R$ 134 milhões do setor empresarial na Unicamp.
Segundo o diretor-executivo da Inova Unicamp, Newton Frateschi, os resultados positivos da Unicamp demonstram o reconhecimento e relacionamento da Universidade com a indústria, “fator que distingue positivamente a Unicamp no cenário nacional e também entre as grandes universidades na América Latina”.
Em nível de proteção intelectual, a Unicamp atingiu o novo recorde de 71 patentes concedidas e 72 novos pedidos de patentes em 2018, atingindo a 1027 famílias de patentes vigentes no Portfólio da Unicamp.
Frateschi aponta que a média de pedidos de patentes nos últimos 10 anos se mantém próxima, o que demonstra que a meta de criar a cultura de proteção intelectual na Universidade foi atingida, sendo necessário traçar nossos passos na inovação: “Agora, a nossa meta para os próximos anos deve estar cada vez mais ligada à missão empreendedora da Universidade, então as nossas patentes serão cada vez mais avaliadas pelo ponto de vista do benefício à sociedade, revertendo-se em ganhos à Unicamp”.
Entre as tecnologias patenteadas que geram impactos positivos para a sociedade e com oportunidades para licenciamento e exploração das empresas é um dispositivo de aplicação de anestesias locais desenvolvido por alunos de pós-graduação, pesquisadores com supervisão de Francisco Groppo, docente da Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP) da Unicamp, que explicou ser o diferencial o aumento de segurança e eficácia na aplicação do anestésico local, principalmente, na área de odontologia, mas com ampla gama de aplicação:
“Os anestésicos locais misturados com bicarbonato de sódio é algo comum na odontologia, porém, as misturas são feitas com antecedência e perdem sua eficácia. No entanto, com esse dispositivo, o profissional pode fazer a mistura no momento da aplicação e de forma automática, o que melhora a eficácia do anestésico. Em estudos que ainda estão em andamento, estamos averiguando que também é possível diminuir a concentração do anestésico local com o dispositivo, o que significa uma maior segurança clínica.”, detalhou Groppo.
A invenção foi depositada pela Unicamp em 2018 e está disponível para empresas interessadas licenciarem seu uso.
A Inova facilita convênios de P&D
O Relatório de Atividades da Inova também apresenta em seus destaques as adequações da Universidade frente às mais recentes regulamentações federais e estaduais do Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação (C,T&I), como a aprovação da Deliberação Interna da Unicamp (CONSU-A-012/2018).
A nova Deliberação está alinhada, principalmente, com o Decreto Estadual (62.817/2017) sobre parcerias entre o setor empresarial e as Instituições Científicas, Tecnológicas e de Inovação do Estado de São Paulo (ICTESP), estabelecendo que a Agência de Inovação deve participar de toda a formatação e negociação de convênios de P&D que envolvam a Universidade e empresas.
A adaptação vem para tornar a tramitação dos processos mais ágil, já que a Inova Unicamp adequará as cláusulas do contrato de acordo com o novo Marco Legal e visando a proteção de propriedade intelectual, sigilo e exploração da pesquisa.
“Com a nova deliberação, pretendemos facilitar ainda mais essa interação com a indústria. A Inova trabalhará desde o início da negociação com vistas a evitar que o contrato retorne ao docente por não estar adequado às diretrizes institucionais da Universidade, além de focar em tornar mais eficiente o desenvolvimento de novos produtos e serviços”, explicou o diretor-executivo da Inova sobre a mudança.
A Deliberação Interna também exige que docentes e pesquisadores que forem contatados por empresas para firmar Projetos de Pesquisa, leve a proposta para a Inova Unicamp prosseguir com as negociações. Para comunicar o contato, basta acessar o sistema de Comunicado de Projeto no site da Agência e preencher o formulário.