07/08/07 11h30

Unipar busca ajuda do BNDES para novo pólo

Valor Econômico - 07/08/2007

O grupo Unipar vai insistir nas negociações com a Petrobras na defesa de seu modelo para ser majoritária na nova Companhia Petroquímica do Sudeste, depois que a Petrobras comprou a Suzano Petroquímica na sexta-feira. Isso poderá ocorrer mesmo num desenho societário em que parte das ações seriam pulverizadas no mercado através de uma oferta pública, disse ao Valor o presidente da empresa, Roberto Garcia. Ele garantiu que a Unipar não terá problemas em se alavancar para garantir esta posição, pois já conversou com Luciano Coutinho, presidente do BNDES e com bancos privados para captar recursos, caso tenha de desembolsar recursos para chegar a um acordo com Petrobras no processo de integração de ativos. Para Garcia, o desafio agora é, num prazo de 60 dias, ter todas as avaliações das diversas peças que vão compor a nova companhia e negociar a participação das duas partes envolvidas em cada um dos blocos de ativos para formar uma grande empresa petroquímica na região Sudeste, com comando compartilhado. O executivo negou que a Unipar tenha sido convidada pela Petrobras para participar com a estatal da compra da Suzano, conforme informações no setor. Ele revelou, no entanto, que na semana passada, às vésperas do anúncio da compra da Suzano, a Petrobras informou à Unipar que tinha chegado a um valor que tornava viável fechar a operação com os Feffer e que ia comunicar publicamente sua decisão. Nas reuniões que a Unipar terá a partir de agora com a Petrobras, vão começar a fazer a avaliação dos ativos e das participações de cada um no Rio e em São Paulo para constituir a nova companhia. Segundo Garcia, na formação da nova empresa petroquímica este ajuste de participações entre Petrobras e Unipar poderá se dar via o exercício do direito de preferência ou, alternativamente, por um acordo, constituindo-se uma nova empresa, na qual Unipar e Petrobras aportariam os ativos existentes e trariam para esta companhia os ativos da Suzano. Todos estes ativos - sejam os da Suzano, os da Unipar e os da Petrobras - seriam valorados sob o mesmo critério de avaliação e de projeções econômicas futuras para as diversas empresas que foi desenvolvido para a Suzano, pelos quais a Petrobras pagou US$ 2,7 bilhões.