15/07/19 11h42

Venda de motos em Sorocaba cresce 20% no primeiro semestre

Compradores têm que esperar até 20 dias para a entrega de modelos populares

Jornal Cruzeiro do Sul

A venda de motocicletas no primeiro semestre deste ano em Sorocaba teve um aumento de 20,6% em comparação ao mesmo período do ano passado, segundo dados da Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Entre janeiro e junho de 2019, 2.120 motos foram comercializadas na cidade. Nos primeiros seis meses do ano passado esse número foi 1.758. Os resultados de Sorocaba superam os números nacionais. O mercado de duas rodas apresentou alta de 16% no Brasil, com emplacamento de mais de 530 mil motos neste ano.

O crescimento na venda de veículos em geral em Sorocaba — entre carros, comerciais leves, caminhões, ônibus e motos — também foi significativo, de 14,35%, passando de 7.208 para 8.242 na mesma comparação. Somente no mês passado, as vendas de todos os tipos de veículos foram de 1.306, ante 1.120 em junho de 2018. A quantidade de carros e comerciais leves vendidos entre os semestres passou de 5.203 para 5.904 e somente no mês passado foram 902 vendas nas duas categorias.

Junho também registrou a venda de 389 motocicletas. Resultado praticamente igual ao alcançado no mês anterior, maio, quando foram comercializadas 388 unidades.

O resultado das vendas foi uma surpresa até mesmo para as concessionárias de Sorocaba especializadas em motos, que estão precisando pedir prazo aos compradores já que o estoque da maioria dos modelos foi vendido rapidamente. “Para alguns modelos mais populares eu preciso de um prazo de 15 a 20 dias para que o fabricante me mande”, conta Cássio Caproni, gerente comercial da Walk Motos, concessionária Honda.

Clayton Reis, gerente do grupo Jet Balbek, da Yamaha, relata a mesma situação. “A demanda está maior que a oferta e isso foi bastante inesperado para o mercado”, afirma Reis, que comemora o bom momento do setor.

Caproni e Reis relatam que a média mensal de vendas de cada grupo é de aproximadamente de 300 motos em Sorocaba e região. “A maioria dos clientes que recebo são pessoas em busca da primeira moto, ou porque acabaram de tirar a habilitação e é uma opção mais em conta se comparada com o carro ou então famílias que decidem trocar o carro pela moto também visando a economia”, relata Caproni. Ele ressalta que as mulheres estão demonstrando cada vez mais interesse pelas motocicletas.

Na concessionária Yamaha, Reis afirma que o público é muito diversificado e as motos mais vendidas são as de menor cilindrada. “A demanda foi tão alta no primeiro semestre que o estoque de 150 cilindradas zerou.” Frequentemente, conta o gerente, as pessoas buscam a moto por conta da economia, mas se adaptam bem e acabam procurando um modelo maior posteriormente.

A solução encontrada para economizar tempo e dinheiro acabou se tornando uma paixão para Priscila Almeida, que há quatro anos comprou sua primeira moto. Hoje a coordenadora de produção avalia trocar a sua 125 cilindradas por um modelo mais potente. “Eu precisava ir para a faculdade e trabalho e de ônibus o percurso era muito demorado. A moto foi a solução que eu encontrei por ser mais acessível que um carro”, relata. Priscila reconhece que a moto tem suas desvantagens, principalmente em dias de chuva, mas garante que a economia compensa.

Modelos de baixa cilindrada são mais vendidos

A Honda, segundo a Febabrave, segue como a fabricante com melhor participação no mercado. A marca vendeu 79% do total no período em todo o País. Entre as dez mais emplacadas, sete são da marca. Em primeiro aparece a CG-160, com mais de 150 mil unidades vendidas. Sozinha, a street de baixa cilindrada representa pouco mais de 28% de todas as motos que foram para as ruas no semestre. Biz, Bros 160, Pop 110i e CB Twister, vêm logo em seguida no ranking.

No Top 10, aparecem as Yamaha Crosser XTZ 150, Fazer 250 e YBR Factor 150. Com o trio, a marca conclui o primeiro semestre na segunda colocação do setor, com participação de 13,9%. Em seguida, Haojue, BMW e Kawasaki registraram juntas pouco mais 2,8%. Em Sorocaba as duas marcas líderes dividem o mercado de maneira mais igualitária, 40% para Yamaha e 47% para a Honda.