07/03/19 15h24

Workshop reúne setores acadêmico e empresarial para lançar o AI²

Pesquisadores de várias universidades e membros de empresas parceiras participam do evento

UNESP

O Advanced Institute for Artificial Intelligence (AI², https://advancedinstitute.ai) foi lançado oficialmente em 26 de fevereiro no kickoff workshop, realizado no Núcleo de Computação Científica (NCC) da Unesp. O evento contou com a presença de pesquisadores de diversas universidades do país e membros de importantes empresas parceiras que atuam na área de inteligência artificial (IA).

Durante a manhã, pesquisadores discutiram a estrutura jurídica e a gestão do instituto, bem como seus principais objetivos e a melhor forma de atingi-los. “No nosso entendimento, o AI² é um tipo de iniciativa que ainda não existe no Brasil”, disse João Paulo Papa, professor no Departamento de Computação  da Unesp, câmpus de Bauru, que trabalha com a aplicação de técnicas de IA na área médica para o auxílio no diagnóstico de câncer, e também nas áreas de engenharia do petróleo e segurança do trabalho. “O instituto auxiliará a resolver entraves que muitas vezes encontramos no Brasil na relação entre o meio acadêmico e a indústria”, completou Papa.

Hélio Waldman, reitor da Universidade Federal do ABC (UFABC) entre os anos de 2010 e 2014, ressaltou a importância do workshop e da criação do AI² para que o Brasil acompanhe a tendência global de desenvolvimento tecnológico na área. Muitos países possuem políticas de Estado voltadas especialmente para inteligência artificial, enquanto no Brasil as discussões sobre o tema ainda são incipientes.

 “O encontro reuniu pesquisadores que estão conscientes e preocupados em criar um instituto para contribuir na capacitação brasileira na área de IA e que reconhecem que não podemos ficar muito mais atrasados do que já estamos”, comentou Waldman.

Nestor Caticha, pesquisador de Física na USP, argumentou no mesmo sentido. “Hoje estamos à beira de uma revolução, análoga à Revolução Industrial, que terá consequências que ainda desconhecemos”, comentou Caticha.

Para ele, o Brasil pode escolher ficar de fora dessa revolução ou pode tentar acompanhá-la. “A iniciativa do AI² visa melhorar o diálogo entre a indústria e a academia para que nosso país não fique de fora do grupo de países civilizados nesse século”, acrescentou Caticha.

 

ACADEMIA E INICIATIVA PRIVADA

Durante  a tarde, membros de empresas parceiras apresentaram desafios em suas áreas de atuação no setor privado que poderiam ser enfrentados utilizando técnicas de IA, com o objetivo de abrir possibilidades de colaboração com os pesquisadores do meio acadêmico.

O Experian DataLab, por exemplo, foi representado por Renato Vicente, diretor de Data Science para a América Latina. A empresa será a primeira parceira do AI². Essa colaboração se dará por meio de um projeto para detecção de fraudes em redes elétricas utilizando técnicas avançadas de aprendizado de máquina e processamento de imagens de satélites.

“As apresentações dos nossos parceiros do setor privado foram de altíssima qualidade”, disse Sérgio Novaes, diretor do Núcleo de Computação Científica da Unesp. “Eles apresentaram problemas de grande relevância em diversas áreas que são muito promissores para o estabelecimento de parcerias no contexto do AI²”.