20/10/15 14h38

Aproximação estratégica do Brasil com a Suécia beneficiará CT&I

PROTEC

A visita da presidente Dilma Rousseff para Estocolmo, na Suécia, junto com sua comitiva de ministros, teve como objetivo renovar as parcerias estratégicas entre o Brasil e o país nórdico. Além da meta de resgatar a confiança de empresários suecos e brasileiros no País como uma opção segura e atraente para investimentos, o Governo brasileiro abriu caminho para discussão de novos acordos bilaterais na área comercial, tecnológica, científica e educacional entre as duas nações.

Em discurso, a presidente considerou como fundamental a contribuição dos investimentos suecos para o País desenvolver sua economia. E exemplificou com o maior investimento da Suécia no Brasil na atualidade o desenvolvimento conjunto dos caças Gripen NG, que prevê transferência de tecnologia. O Grupo Saab, responsável pelas aeronaves, anunciou investimentos significativos para a construção de uma fábrica em São Bernardo (SP), onde serão produzidas as estruturas dos caças.

“Nós queremos aproveitar todo o potencial dessa parceria. Queremos inclusive reproduzí-la em outros setores em nossa relação econômica com o incentivo à inovação, à produção industrial e à capacitação de recursos humanos”, declarou a presidente.

Dilma lembrou que a Suécia é um tradicional investidor no Brasil, com presença nos setores de telecomunicações, farmacêutico, de aviação e de defesa. Segundo ela, o intercâmbio bilateral comercial cresceu 45% nos últimos dez anos, sendo que entre 2009 e 2014, os investimentos suecos no País mais que triplicaram, atingindo a marca de US$ 4,5 bilhões. Atualmente, existem 200 companhias suecas instaladas no Brasil que empregam 70 mil trabalhadores.

Parceiro em tecnologia e inovação

Segundo o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, que fez parte da comitiva da presidente, os empresários brasileiros identificam na Suécia um parceiro estratégico na área de tecnologia e inovação. De acordo com ele, as empresas suecas podem utilizar o Brasil como plataforma para ampliar a presença na América Latina.

"A Suécia tem uma indústria forte, de ponta, tem disposição para ceder tecnologia, o acordo aeronáutico que fizemos foi um marco importante e estimula essa corrente de negócios entre o Brasil e a Suécia. O País fez a opção pelos caças militares Gripen justamente pela transferência de tecnologia”, comentou.

Monteiro lembrou também que o Plano de Nacional de Exportações, combinado com a alta do dólar, permitiu a reversão positiva da balança comercial brasileira. O ministro reafirmou que o realinhamento do câmbio oferece uma oportunidade para o Brasil aumentar as exportações. "Não é só por causa do câmbio, também estamos fazendo toda uma política de comércio exterior no sentido de garantir acordos comerciais, como é esse que pretendemos fazer com a União Europeia”, ressaltou o ministro.

Acordos

Para intensificar a cooperação Brasil-Suécia no setor de defesa e ampliar as parcerias entre os dois países, os dois governos estudam novos projetos nessa área. Entre eles, na cooperação industrial, na troca de experiências em operações de paz e no desenvolvimento de softwares voltados aos projetos do Sistema Integrado de Monitoramento das Fronteiras (Sisfron) e do Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (Sisgaaz).

Além disso, um dos maiores interesses da Súecia é em acordos na área de etanol de segunda geração (celulósico). Atualmente, o país é o único na Europa que tem interesse no etanol proveniente da cana-de-açúcar.

A comitiva presidencial também passará pela Finlândia, onde há interesse do Governo brasileiro em cooperação na área educacional para trazer experiências exitosas para o Brasil, principalmente na educação primária. No país também serão discutidos outros temas de interesse bilateral e comercial, como ciência e tecnologia, bioenergia e participação de empresas finlandesas em projetos de investimentos no País.