22/10/15 14h48

Brasil e Finlândia pretendem ampliar cooperação em CT&I, educação e comércio

Agência Gestão CT&I

Depois de visitar a Suécia, a presidente Dilma Rousseff e sua comitiva foram a Finlândia esta semana para fortalecer a agenda entre os dois países, principalmente nas áreas de educação, comércio, ciência, tecnologia e inovação (CT&I). O objetivo é buscar apoio para ampliar a cooperação entre as duas nações, e desenvolver o potencial de futuras parcerias em vários seguimentos, entre eles o de tecnologia marítima, etanol celulósico, exploração offshore e de defesa.

O relacionamento Brasil-Finlândia em CT&I tem se estruturado em diversos mecanismos de cooperação. Por exemplo, entre o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), do lado brasileiro, com a Academia da Finlândia (Aka), o Centro de Pesquisas Técnicas (VTT) e a Agência Finlandesa de Inovação (Tekes), do lado finlandês.

Com economia voltada para a geração de conhecimento e inovação, a Finlândia contribui para o esforço brasileiro de promoção de pesquisa em coordenação com os setores produtivos. Para os próximos anos, áreas importantes da cooperação bilateral em inovação são estudadas no desenvolvimento e produção de micro e nanotecnologia (nanotubos e grafeno); na biotecnologia, indústria alimentícia e farmacêutica; na indústria florestal e serviços ambientais; e nas energias renováveis e etanol.

“Em reuniões com o presidente [da Finlândia], Sauli Niinistö, e o primeiro ministro, Juha Sipilä, tratamos dos próximos passos nas relações entre nossos países. Brasil e Finlândia já desenvolvem importantes projetos. Queremos ampliar ainda mais esse esforço”, afirmou Rousseff.

Durante a visita oficial, a presidente vai conhecer o Centro de Excelência Tecnológica da Finlândia. De acordo com ela, isso “evidencia a relevância dada pelo Brasil à ciência, tecnologia e inovação”. Ela também conversou com o presidente finlandês sobre a criação de um Centro de Inovação Brasil-Finlândia, com sede em ambos os países.

Defesa e Educação

No setor de defesa, foram discutidos entre representantes dos dois países temas como o desenvolvimento de áreas de pesquisa, apoio logístico, material e serviços; a partilha de conhecimentos científicos e tecnológicos; e a colaboração para sistemas e equipamentos, incluindo os de uso militar nacional e estrangeiro.

Na área da educação, o país escandinavo foi um dos primeiros a receber alunos do programa Ciência sem Fronteiras (CsF) e já concedeu, até o momento, 222 bolsas. Uma dessas alunas é a doutoranda brasileira Hosana Celeste, que trabalha em um dos projetos mais inovadores da Universidade de Aalto. Ela pretende juntar cinema e neurociência por meio de biosensores colados no espectador. Dessa forma, é possível mudar a narrativa do filme de acordo com a resposta neurocognitiva da pessoa.

A cooperação educacional resultou também no projeto VET – Professores para o Futuro, em que 62 professores brasileiros de ensino técnico fizeram um aperfeiçoamento de três meses em universidades finlandesas. Há a previsão da vinda de mais 30 educadores da rede federal participarão de treinamento similar dando continuidade ao intercâmbio.

Comércio

No setor comercial, é aguardada uma troca de ofertas entre Mercosul e União Europeia até o final de novembro, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Armando Monteiro. Esse é o passo inicial para um acordo de livre comércio entre os dois blocos, quando cada lado apresenta a lista de produtos que podem ter tarifas e impostos zerados.

A iniciativa pretende facilitar o comércio Brasil-Finlândia, que em 2014 foi de US$ 1,029 bilhão - um aumento de 50% em relação a 2005. Os produtos mais importados pelo Brasil são maquinários, papel e produtos farmacêuticos. Já as principais exportações são café, chá, minérios, ferro e aço.

Os investimentos da Finlândia no Brasil ocupam papel central nas relações econômicas bilaterais. Há mais de 50 empresas finlandesas operando no Brasil, gerando, aproximadamente, 20 mil empregos. A presença finlandesa se destaca nos setores de papel e celulose, processamento químico, tecnologia marítima, offshore, e na área de telecomunicações.