18/04/22 13h21

Brasil sobe em ranking mundial de exportadores, segundo OMC

País ficou na 25ª colocação em 2021, segundo relatório anual da Organização Mundial do Comércio. Liderança é da China

Comex do Brasil

Em meio à crise econômica mundial que tem assolado mercados mundiais de modo geral, grande parte deles atingidos pela pandemia causada pelo novo coronavírus, o Brasil conseguiu subir no ranking entre os maiores exportadores, segundo lista organizada pela Organização Mundial do Comércio. 

O Brasil chegou ao posto de 25º maior exportador mundial de mercadorias. O índice foi baseado nas transações globais de 2021. Ao longo do ano passado, as exportações nacionais alcançaram o valor de US$ 281 bilhões, o que correspondeu a uma alta de 34% na comparação com o ano anterior (US$ 210 bilhões). 

O valor obtido pelo Brasil fez com que o país aumentasse a sua participação nas vendas globais para 1,3%. Em 2020, tinha ficado na 26ª posição, com fatia de 1,2%. O dado é uma das boas notícias em um período marcado pela retração mundial nos principais mercados mundiais, como China e EUA. 

Ainda segundo a análise feita pela Organização Mundial do Comércio, o Brasil alcançou o posto de 27º maior importador, com compras que somaram US$ 235 bilhões em 2021, com alta de 41%. Em 2020, tinha sido o 29º maior comprador mundial. 

Esse aumento das exportações brasileiras teve como grande impulsionador o salto significativo nos preços dos produtos definidos como commodities. Nesse quesito, destaque para as vendas de minério de ferro (72,9%), petróleo (54,3%) e soja (35,3%). 

Como era de se esperar, mesmo com a diminuição da produção e aquisição de produtos, a China continuou no topo do ranking dos maiores exportadores, com participação de 15,1% do total das vendas, seguida por Estados Unidos (7,9%) e Alemanha (7,3%). O país norte-americano segue na liderança dos países importadores, com fatia de 13%. Na sequência, estão a China (11,9%) e a Alemanha (6,3%). 

A Organização Mundial do Comércio estima um crescimento de 3% no comércio global em 2022, mas toda e qualquer projeção ainda pode ser modificada a depender de contextos mundiais, como o arrefecimento da pandemia e o fim dos conflitos entre Rússia e Ucrânia. Nenhuma das duas situações parece estar próximo do fim neste momento. 

Para se ter uma ideia do impacto dos dois eventos, a organização foi “obrigada” a rever a própria projeção dada anteriormente para 2022, que era de 4,7%, e de 3,4% para o ano que vem. 

“Está claro agora que o golpe duplo da pandemia e da guerra afetou as cadeias de abastecimento, elevou as pressões inflacionárias e reduziu as expectativas de crescimento da produção e do comércio”, disse a diretora-geral da OMC, Ngozi Okonjo-Iweala, em entrevista à imprensa. 

Okonjo-Iweala também salientou para uma potencial crise alimentar devido a interrupções nas exportações da Ucrânia e da Rússia, ambos grandes países fornecedores de grãos e outras commodities, o que pode atingir principalmente as nações pobres, incluindo cerca de 35 importadores africanos. 

Ela instou os países a permanecerem comprometidos com o sistema multilateral de comércio para evitar o risco de que ele se divida em duas esferas. “Acho que os custos para a economia global serão bastante significativos se fizermos isso”, disse ela. 

fonte: https://www.comexdobrasil.com/brasil-sobe-em-ranking-mundial-de-exportadores-segundo-omc/