25/05/17 14h52

Brasileiros criam aparelho portátil para descobrir doença nos olhos

A startup Phelcom recebeu aporte de R$ 200 mil da Samsung e R$ 600 mil da Fapesp para pesquisa

Revista PE&GN

Na maioria das vezes, quando um morador de uma cidade do interior precisa fazer um exame médico específico precisa se deslocar até outro município. O exame de retina chamado retinografia, por exemplo, só está disponível em 15% das cidades brasileiras. Pensando em atender o restante da população, os amigos Flávio Pascoal, Diego Lencione, e José Augusto Stuchi criaram a Phelcom. A startup desenvolveu um aparelho portátil que realiza esse exame em conexão com um smartphone.

Os sócios se conheceram durante o curso de Engenharia na USP de São Carlos (SP). A história do negócio começou em 2014 quando Lencione apresentou o projeto para os amigos e decidiram empreender juntos. No início, era apenas uma ideia no papel. Ficaram quase dois anos desenvolvendo a ideia e pensando no melhor caminho até que, em janeiro de 2016, inscreveram-se para um projeto da Fapesp e conseguiram o apoio da instituição.

Em março, a empresa foi formalizada e todos passaram a trabalhar inteiramente para o projeto. Em julho, passaram no processo de incubação do Supera Parque de Inovação e Tecnologia de Ribeirão Preto, onde residem até hoje. No total, a Fapesp já investiu R$ 600 mil na Phelcom e, no final de 2016, receberam R$ 200 mil no Programa de Promoção da Economia Criativa da Samsung.

A proposta de atuar no setor de exames oftalmológicos veio do fato de que, segundo os fundadores, a população não tem fácil acesso a retinografia. “Como já trabalhamos com equipamentos médicos, identificamos uma demanda de mercado. Muitas pessoas precisam se deslocar até grandes centros para ter acesso a esse equipamento e, com os problemas da rede pública, algumas pessoas ficam cegas enquanto esperam ser atendidas”, diz Pascoal.

O aparelho desenvolvido pelos engenheiros é um pequeno equipamento que pode ser conectado a qualquer smartphone. Isso faz com que o exame possa ser feito em qualquer lugar e, pelo sistema desenvolvido, os resultados são enviados para um médico do centro de leitura que faz o diagnóstico.

Com esse aparelho, é possível priorizar os pacientes mais urgentes e facilitar o uso dos profissionais de saúde. “Médicos que não são técnicos em retina podem fazer o exame e enviar o resultado para os que são especializados no assunto”, afirma o empreendedor.

Atualmente, a Phelcom está nas fases finais de pesquisas e pretende, até 2018, produzir e comercializar o retinógrafo portátil. A startup tem o objetivo de vender esse aparelho para as redes públicas e privadas de saúde de diversos municípios brasileiros, principalmente aqueles em regiões mais afastadas. Depois do início das vendas, esperam ter o retorno dos investimentos em aproximadamente três anos.