20/09/16 15h20

Câmbio ajuda exportação de confeitos

Valor Econômico

A produção de confeitos de açúcar e gomas de mascar atingiu 185 mil toneladas no primeiro semestre deste ano, leve alta de 0,6% em relação a 184 mil toneladas em igual período de 2015. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab), o crescimento decorre da queda do dólar ante o real, que estimulou a exportação.

O consumo aparente, medido pela combinação de produtos nacionais e importados vendidos no mercado interno, apresentou recuo de 2,5% nos seis primeiros meses do ano. A exportação, portanto, foi o principal destino do aumento de produção.

As vendas a outros países alcançaram 36,4 mil toneladas no primeiro semestre, contra 32,1 mil toneladas em igual período de 2015, alta de 13,3%. A importação diminuiu 17,4%.

As exportações representam quase 20% do volume produzido pelo setor. Estados Unidos, Paraguai, Argentina, Uruguai e Peru estão entre os principais destinos dos doces brasileiros. A Europa, que sobretaxa a compra de produtos com açúcar, não está entre os mercados estratégicos.

"A orientação é para que o acordo com a Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) seja incrementado e ampliado", diz Ubiracy Fonseca, vice-presidente da Abicab. Segundo ele, a associação tem participado das negociações entre o Mercosul e a União Europeia para a ampliação do comércio entre os blocos. "Avançar na Europa é essencial para o setor", afirma Fonseca.

Os fabricantes tiveram de baixar preços, diminuir margens e reduzir turnos para compensar a piora do mercado nacional. Muitos buscaram exportar mais.

Para incentivar o consumo no país é preciso que o poder aquisitivo melhore e os índices de desemprego recuem, diz Fonseca. "A classe C, um público aspiracional dos produtos mais caros e saudáveis, deixou de consumir, e a indústria ainda sente o baque."

A Euromonitor estima que as indústrias de confeitos de açúcar terminarão 2016 com receitas de R$ 8,1 bilhões, queda de 5,8% ante os R$ 8,6 bilhões registrados em 2015. O segmento de gomas de mascar tende a ficar praticamente estável em R$ 4,5 bilhões neste ano.

Apesar das dificuldades, há motivos para otimismo. "Esperamos um fechamento de ano bem melhor do que em 2015, porque o cenário econômico começa a dar os primeiros sinais de melhora", afirma Fonseca. No ano passado o volume produzido totalizou 353,6 mil toneladas.

O mercado brasileiro de confeitos e gomas de mascar é o quinto maior do mundo. Globalmente, a China liderou as vendas em 2015, com 1,5 bilhão de toneladas, seguida por Estados Unidos (1,08 bilhão de toneladas), Alemanha (419,1 mil toneladas) e Rússia (373,8 mil toneladas), de acordo com a Euromonitor. O setor gera 20 mil empregos diretos.