29/07/21 11h35

Centenária, Capital da Cerâmica atrai 60 mil turistas por mês

Turismo de negócios movimenta economia local, também marcada pela força da indústria metalúrgica e moveleira

Jornal Primeira Página

Cerca de 300 empresas que vendem produtos cerâmicos, de gesso, ferro e outros objetos de decoração, atraem 60 mil pessoas mensalmente à Avenida João Martins da Silveira Sobrinho, ou simplesmente Avenida do Comércio, em Porto Ferreira. Assim, o turismo de negócios, ao lado do polo metalúrgico, moveleiro e a rede de serviços, figuram como principais fontes econômicas. 

O local fica às margens da Rodovia Anhanguera, uma das mais importantes do Brasil, que liga centros do agronegócio, como Ribeirão Preto a centros industriais e financeiros, como a capital São Paulo, passando por polos de tecnologia de ponta como Campinas. 

Sancionada pelo então presidente Michel Temer, uma lei confere a Porto Ferreira o título de “Capital da Cerâmica Artística e de Decoração”. A produção cerâmica, este ano, completa 100 anos de atividades. 

De acordo com o TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) de Mestrado de Tiago Alves Teixeira – Unesp Rio Claro, tudo se iniciou lá atrás em 1921 quando alguns imigrantes italianos montaram a “Fábrica de Louças Porto Ferreira S/A”. 

A fundação desta empresa foi possível graças às capacidades técnicas produtivas que os sócios tinham na fabricação cerâmica trazidas da Europa e também ao fato de existirem fontes de matéria prima próximas na região. 

De acordo com documentos, esta primeira empresa teve incentivos fiscais dados pelo município, o que também colaborou bastante para o seu desenvolvimento. Á partir deste início, e com o surgimento de novas fábricas cerâmicas, ex-funcionários ao perceberem o potencial do negócio pela alta demanda do produto e também a pouca oferta no mercado, começaram a sair destas empresas e iniciar seu próprio negócio. Vale a observação de que as primeiras empresas que foram fundadas não fabricavam cerâmica artística, mas sim cerâmicas de mesa. 

Apesar de o início ter sido na década de 1920, no Século XIX, foi só na década de 80 que as cerâmicas em Porto Ferreira viraram “febre”. Em 1986 a cidade contava com 108 fábricas de cerâmica artística cadastradas na prefeitura. Há relatos de que a quantidade total destas empresas adicionando as informais chegava em mais de 250. 

Um dos primeiros registros identificando Porto Ferreira como a “Capital da Cerâmica Artística” se deu na revista Portorama de 1986. Este período de “fartura” para os fabricantes não durou muito. Entre 1990 e 1992, devido às medidas tomadas durante o governo Collor muitas empresas quebraram. Nosso mercado foi invadido principalmente por produtos asiáticos com preços extremamente baixos. 

Hoje as fábricas que suportaram a crise da entrada destes produtos asiáticos, de forma geral conseguiram seu espaço. O caminho para isto foi a inovação com produtos diferenciados e design de qualidade mais elevada em relação ao que existia no passado. 

As fábricas de cerâmicas em Porto Ferreira, com o intuito de manter a competitividade, já há algum tempo vêm fabricando produtos com modelos diferenciados, cores modernas, formatos irregulares e tem ocorrido também a mistura de materiais em um único produto. Surgiram fábricas de móveis de madeira, de produtos decorativos em ferro e a mescla destes materiais com a cerâmica. Separamos algumas imagens para você ter ideia e entender melhor um pouco dessa diversidade. 

fonte: https://www.jornalpp.com.br/noticias/economia/centenaria-capital-da-ceramica-atrai-60-mil-turistas-por-mes/