14/06/22 14h08

Comércio de Campinas tem crescimento de vendas em maio

Alta do setor foi de 14,16% em comparação a abril deste ano

Jornal Correio

O comércio de Campinas registrou aumento de 2,1% nas vendas de maio deste ano em relação ao mesmo mês de 2021. O setor faturou R$ 767,2 milhões no mês passado contra R$ 751,4 milhões em 2021, de acordo com o balanço divulgado na segunda-feira (13) pela Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic) com base nos dados do Boa Vista SCPC. O montante representa crescimento de 14,16% em comparação a abril deste ano. Segundo a entidade, o desempenho no mês passado foi puxado principalmente pelo Dia das Mães, considerada uma das principais datas do comércio, que teve resultado 12% superior em relação a 2021. 

Neste ano, as lojas de Campinas voltaram a funcionar normalmente - pela primeira vez, desde o início da pandemia da covid-19 -, o que contribuiu para que o desempenho ocorresse dentro das expectativas da Acic, que estimava uma elevação de 11,5%. "As vendas deste ano, em Campinas e na RMC [Região Metropolitana de Campinas], registraram boa expansão sobre 2021, de 12%. Trata-se de uma data bastante prestigiada pelo comércio varejista", comemora o diretor da Associação Comercial, o economista Laerte Martins. 

"Desde o Dia das Mães, houve aquecida nas vendas, que estão em crescimento", diz Thaís Morello, gerente de uma loja no Centro. Para ela, as ondas de frio que chegam à região desde a segunda quinzena de maio também têm colaborado para melhorar o desempenho do comércio. A necessidade de renovar as roupas por causa do Inverno leva os consumidores a terem de gastar mais. 

"Tivemos dois meses seguidos com datas especiais, mães e namorados, que ajudam a dar um fôlego para o comércio. A expectativa é que esse ritmo de melhora nas vendas continue", diz Victor Batista Meirelles, gerente de outra loja. 

Inadimplência 

A inadimplência em Campinas teve redução de 1,09% em maio comparado ao mesmo mês de 2021. Segundo a Acic, 92.250 carnês/boletos não foram pagos, totalizando uma dívida de R$ 66,4 milhões. As vendas a crédito cresceram 12,77% no mês passado. A entidade aponta que os pagamentos à vista tiveram alta maior, de 15,82%. Para Martins, isso indica uma possível redução da inadimplência para os próximos meses. 

Na Região Metropolitana de Campinas, o faturamento do comércio foi de R$ 1,8 bilhão em maio, aumento também de 2,1% em relação ao mesmo mês do ano passado. De acordo com a Acic, o aumento das vendas no comércio eletrônico foi de R$ 492,4 milhões, com crescimento de 18,5%. 

No segmento de bens não duráveis - incluindo lojas físicas e comércio eletrônico -, os supermercados registraram a maior evolução, de 9,5%, seguidos pelas drogarias e farmácias, com 6,2% de crescimento, e pelos postos de combustíveis, com 5,5%. 

Já no segmento de bens duráveis, a maior alta ocorreu nas lojas de materiais de construção, com 4,1%, e, em seguida, por vestuário (2,1%). No setor de serviços, os segmentos de turismo e transportes tiveram alta de 1,8%, enquanto que o de bares e restaurantes aumentou 0,9% no período. 

Na região 

O relatório da Acic aponta que a inadimplência na RMC no mês passado foi de R$ 158,1 milhões, quando 219.643 carnês/boletos não foram pagos. De acordo com o economista, a perspectiva para o varejo de Campinas e RMC nos próximos meses é de instabilidade, dependendo da melhora dos indicadores econômicos, do apaziguamento da crise internacional da Rússia contra a Ucrânia e também das eleições no Brasil. 

"A evolução do varejo de Campinas e região apresenta uma evolução positiva, quando comparada com o varejo sob o efeito da covid-19. Na avaliação, perante a expansão dos principais indicadores econômicos (inflação, juros e câmbio em alta e o poder de compra em baixa), o varejo está em evolução estável, mas podendo ficar instável, a depender dos reflexos da crise belicosa da Rússia com a Ucrânia", afirma o economista. 

Para a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), as perspectivas para segundo semestre mostram um cenário de desconfiança e preocupação das famílias, que veem, de um lado, o auge da crise de covid-19 no País e, de outro, o declínio de suas condições econômicas — com aumento do endividamento, da inflação e do desemprego e, em paralelo, queda da renda. Uma mudança no contexto depende do sucesso no controle da pandemia, prevê a entidade. 

"É assim que os indicadores de emprego e renda podem voltar a subir e que as famílias, então, se sentirão mais seguras para voltar ao consumo", completa. 

fonte: https://correio.rac.com.br/campinasermc/comercio-de-campinas-tem-crescimento-de-vendas-em-maio-1.1252755