08/02/18 13h27

Conexão hidroviária inédita integra investimento

Valor Econômico

O novo plano de investimento da Libra contempla a criação de uma conexão hidroviária. A ideia é transferir os contêineres por barcaças entre o terminal portuário e áreas de apoio logístico no interior do estuário de Santos, evitando, assim, usar as vias terrestres do porto.

Isso minimizaria as limitações de capacidade do terminal portuário da Libra geradas pela super utilização dos acessos rodoferroviários na altura dos bairros do Macuco e Ponta da Praia no porto. E, consequentemente, reduziria os conflitos com as operações de terminais localizados nessas regiões, que ficam próximas à Libra.

O sistema seria composto por dois atracadouros para barcaças, um próximo ao terminal da Libra e outro em região ainda a ser definida pela Codesp, estatal que administra o porto de Santos. Com isso, a Libra passaria a receber e expedir uma quantidade importante dos contêineres que movimenta no terminal portuário pelo "lado de mar".

Originalmente, o sistema hidroviário teria capacidade para movimentar quase 190 mil Teus (unidade equivalente a um contêiner padrão de 20 pés) por ano com apenas uma barcaça.

Se houver mais demanda de cargas, poderia atingir até 366 mil Teus por ano. Isso seria feito com uma nova barcaça a ser adicionada à operação.

Segundo o Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil, a solução hidroviária é uma das contrapartidas que a Libra oferece no novo plano de investimento. A companhia seria a primeira com terminal portuário a ter um acesso hidroviário no complexo portuário de Santos.

"Isso é uma inovação que o porto de Santos já está analisando e vendo como uma opção que beneficia a operação. Também traz como contrapartida um melhor relacionamento entre o trânsito portuário e o trânsito urbano de Santos", informou a pasta ao Valor por e-mail.

O ministério destacou ainda que, na esteira dessa proposta, já foi aprovada a primeira rota de hidrovias entre a cidade de Cubatão e o bairro santista Ponta da Praia. "Isso é algo em que a Codesp inovou e que está trazendo já os seus primeiros sintomas de otimismo na logística da movimentação em relação à Ponta da Praia", completou a pasta.