22/01/18 14h11

Cresce em 20% número de MEIs que trabalham com alimentação em Bauru

Segundo a Sedecon, alta foi impulsionada pelo fechamento de vagas e pela confiança

Jc Net

O ramo de alimentação tem atraído um número cada vez maior de pessoas para os negócios em Bauru. Hoje, já são 3.286 Microempreendedores Individuais (MEIs) que ganham a vida vendendo produtos alimentícios na cidade, número 20% maior que o acumulado até janeiro do ano passado, de 2.724 moradores.

O fechamento de vagas de trabalho com carteira assinada nos últimos anos e a confiança de que, mesmo com a crise, o segmento de alimentação continuará sendo um investimento seguro são algumas justificativas para explicar o fenômeno. Segundo a titular da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico (Sedecon), Aline Fogolin, outro fator que estimula ao empreendedorismo de produtos alimentícios é o conhecimento, em maior ou menor escala, que quase todo mundo tem em culinária.

"Normalmente, o empreendedor é alguém que já sabe fazer algo na cozinha, no seu ambiente doméstico, e decide começar a vender este produto", observa.

Diretora de Divisão de Fomento ao Empreendedorismo e Assuntos do Trabalho da Sedecon, Tamara Nascimento acrescenta, contudo, que a capacitação profissional, seja em busca de conhecimentos sobre gestão ou para a melhoria da qualidade da mercadoria oferecida, é fundamental para que o negócio tenha sucesso no longo prazo. "Com algum conhecimento na área, é um investimento seguro, porque é uma atividade que sempre tem demanda. Mesmo na crise, as pessoas não deixam de comer", frisa. É uma realidade que a gastrônoma Aline Furlanetto, 37 anos, aprendeu a explorar bem.

Dona de um restaurante com capacidade para 15 pessoas no Bela Vista, ela também atende encomendas para eventos e está sempre inovando o cardápio para agradar o paladar da clientela. "E trabalhamos muito com produtos da época. Além de garantir variedade, isso também nos ajuda a reduzir custos".

DIFERENCIAL

A profissão de fotojornalista, que deixou de ser seu ganha-pão há dois anos, também a ajuda na produção de imagens mais elaboradas para os seus pratos, e, assim, a divulgar seu trabalho. "Estava fazendo curso de gastronomia quando resolvi deixar o emprego na área de fotojornalismo. Não é um processo simples. É preciso ter muito conhecimento e criatividade. Se você descobre qual é o seu diferencial e trabalha com produtos de qualidade, fica mais fácil fidelizar clientes", ensina.

Atualmente, Bauru contabiliza cerca de 23 mil MEIs e o setor de beleza e estética ainda é o que concentra mais empreendedores. Porém, dos mais de 3 mil que trabalham com alimentação, destacam-se, atualmente, os segmentos de padaria e confeitaria e comércio de laticínios e frios, bem como o de doces, como balas e bombons.

Devido à produção de todas estas guloseimas, Aline Fogolin revela que há registro, na cidade, de aumento até mesmo nas vendas de alguns produtos comercializados por estabelecimentos atacadistas, como é o caso, por exemplo, de barras de chocolate, potes grandes de doce de leite e embalagens. "Não temos números exatos, mas estes fornecedores que vendem em quantidade maior relatam este crescimento provocado pela demanda dos MEIs", completa.