14/09/18 12h44

Dólar e disputa comercial elevam exportação de cerâmicas

Folha de S.Paulo

*Mercado Aberto – Maria Cristina Frias

A desvalorização do real e a disputa comercial entre Estados Unidos e China têm impulsionado a exportação de revestimentos cerâmicos, segundo fabricantes do setor.

“Há uma expectativa forte de que haja uma sobretaxa [dos EUA] para o quartzo [utilizado nos revestimentos]. Isso tem levado a um aumento da demanda”, diz Paulo Freitas, diretor da Guidoni, que exporta 90% de sua produção.

“Nosso crescimento foi de 40% em volume em julho e agosto. Várias empresas lá fora já buscam mais fornecedores por entenderem que não poderão depender dos chineses daqui a 6 ou 12 meses.”

A alta do dólar também tem contribuído, sobretudo para quem já tinha canais de venda no exterior, segundo Luiz Antônio Lanzi, presidente da Cerâmica Lanzi.

“Tivemos um incremento de 55% em receita [no acumulado] até julho deste ano. As vendas externas representavam 6% do faturamento em 2017 e passaram para 10%.”

Os maiores ganhos são em receita, de acordo com José Donizete Marsola, do grupo Fragnani. “O volume nos últimos meses permaneceu o mesmo, mas o valor em reais subiu até 30%.”

“As vendas em volume para o exterior representam 15%, mas um quarto do resultado operacional já vem de exportações”, diz Rogério Longoni, da Eliane Revestimentos.