02/08/16 15h28

Exportações aumentam 19,2% em Rio Preto

O Diário da Região

O dólar ainda em patamares altos, a demanda interna em baixa e o reaquecimento do setor sucroalcooleiro contribuíram para que a região de Rio Preto registrasse um crescimento de 19,2% em suas exportações durante o primeiro semestre de 2016 na comparação com o mesmo período de 2015. Entre janeiro e junho, a remessa de produtos enviada ao exterior nos 102 municípios da região chegou a US$ 570 milhões, enquanto no ano passado ficou em US$ 478 milhões.

Esse crescimento fez com que a regional de Rio Preto do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) subisse quatro posições no ranking de participação que leva em conta os resultados nas exportações das 39 regiões paulistas da entidade, passando da 18ª posição, no primeiro semestre de 2015, para a 14ª. Os dados fazem parte do levantamento feito mensalmente pelo Ciesp a partir de informações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

As importações, entretanto, seguiram o caminho oposto. Durante o primeiro semestre, a região comprou US$ 48,2 milhões, 17,6% a menos que o montante registrado no primeiro semestre de 2015 (US$ 58,5 milhões).

Com esses desempenhos, a balança comercial da região no primeiro semestre foi superavitária em US$ 521,9 milhões, um aumento de 24,3% em relação ao saldo registrado no primeiro semestre de 2015, de US$ 419,8 milhões.

“Com a valorização do dólar, as empresas brasileiras ficaram mais competitivas no exterior. Junto a isso, tivemos a crise por todo o País, o que fez com que a demanda interna reduzisse, forçando os empresários a se voltarem para o mercado externo”, afirma o economista Bruno Sbrogio.

Já a queda nas importações foi motivada por uma adequação das empresas nacionais, diz Sbrogio. “Elas precisaram se ajustar. Com a valorização do dólar, os produtos importados ficaram muito mais caros, encarecendo também os produtos feitos aqui com elementos importados. A queda na demanda interna e os preços mais altos levaram essas empresas a reverem suas estratégias, comprando menos e, consequentemente, produzindo menos.”

O agronegócio é o grande destaque da região nas exportações. Sozinhos, açúcares e produtos de confeitaria responderam por 53,2% de tudo que foi exportado durante os primeiros seis meses deste ano, com US$ 303,5 milhões, seguido por carnes e miudezas comestíveis, com US$ 102,3 milhões (17,9% do total).

“Nossa região tem uma dependência grande do setor sucroalcooleiro. Com a recuperação dos últimos anos, a região se beneficiou consideravelmente. Com os bons resultados, os benefícios são muitos. As usinas indo bem, elas geram empregos e tudo isso ajuda a movimentar nossa economia. Se o dólar permanecer no patamar dos R$ 3,50, a setor já está satisfeito”, diz Sbrogio.

Nas importações, peixes e crustáceos, moluscos e outros invertebrados aquáticos são o destaque, respondendo por US$ 18,8 milhões, ou seja, aproximadamente 39% do total importado pela região. Leites e laticínios, ovos de aves, mel natural, produtos comestíveis de origem animal não especificados nem compreendidos em outros capítulos foi o segundo maior, com US$ 10 milhões importados.

Rio Preto fecha semestre em queda

Em queda tanto nas exportações quanto nas importações, Rio Preto fechou o primeiro semestre de 2016 com um déficit de US$ 24,9 milhões em sua balança comercial, uma queda de 15,02% em relação ao primeiro semestre do ano passado, quando o déficit da balança comercial do município era de US$ 29,3 milhões.

Essa redução foi motivada pela queda tanto das exportações quanto das importações no período. A remessa de produtos de Rio Preto enviada para o exterior entre janeiro e junho chegou a US$ 6,8 milhões, 11,12% a menos que o montante registrado durante o mesmo período de 2015.

As importações caíram ainda mais. Com uma redução de 14,02% em relação ao primeiro semestre de 2015, Rio Preto importou US$ 31,7 milhões entre janeiro e junho deste ano.

Estado

O saldo da Balança Comercial do Estado de São Paulo foi superavitário em US$ 823,3 milhões no acumulado do primeiro semestre de 2016. As exportações somaram US$ 25,7 bilhões, registrando crescimento de 2,9% em relação ao mesmo período de 2015. Por sua vez, as importações acumularam US$ 24,8 bilhões, uma queda de 26,8% em relação ao acumulado de janeiro a junho de 2015.

Em todo o Brasil, o saldo da balança comercial no 1º semestre de 2016 foi superavitário em US$ 23,7 bilhões, ante um superávit de US$ 2,2 bilhões no mesmo período em 2015.