17/04/18 12h12

"Futura" Dow vai manter seu portfólio de negócios no Brasil

Valor Econômico

A "futura" Dow, uma das três empresas que serão constituídas após a cisão da DowDuPont, reunirá os negócios de ciência dos materiais e terá no Brasil o mesmo portfólio de antes da fusão com a DuPont. Resinas, silicones, poliuretanos e solventes industriais, que correspondiam às principais linhas da operação brasileira da mutinacional americana, manterão esse status.
"A operação Brasil é muito parecida com a global", diz o presidente da companhia para o país e a América Latina, Fabian Gil. As fábricas locais - são cinco complexos industriais, além de um laboratório em Jundiaí (SP) e o escritório na capital paulista - permanecerão sob o guarda-chuva da nova empresa, que deve ser constituída formalmente no primeiro trimestre de 2019.

A "futura" Dow nasce entre as líderes de seu segmento no mundo, com foco em três mercados de crescimento acelerado: embalagens, infraestrutura e consumo. E será a maior das três companhias abertas que serão criadas na esteira da fusão anunciada no fim de 2015 e concluída quase dois anos depois.

Em 2017, teve vendas globais de US$ 43,77 bilhões (pró-forma), de um faturamento consolidado de US$ 79,5 bilhões da DowDuPont. Já o resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) operacional foi de US$ 9,1 bilhões, frente a US$ 16,2 bilhões da empresa combinada, conforme apresentação da companhia.

A fusão entre Dow e DuPont, uma das maiores da indústria química, se deu em um momento de profunda transformação desse setor, com a venda de ativos, diferentes operações de M&A (fusões e aquisições) e uma clara separação entre as empresas que produzem commodities e aquelas dedicadas a especialidades e materiais de alto desempenho.

A partir de agora, diz Gil, o comando executivo vai se dedicar à formatação de uma estratégia de longo prazo para o negócio. "Cadeias integradas regionais são um tema chave hoje", afirma.

Além da futura Dow, a atual DowDupont dará origem a uma nova empresa do agronegócio e de sementes, batizada Corteva Agriscience, e a uma dedicada a produtos especiais, que herdará o nome DuPont. Esses dois negócios serão cindidos até 1º de junho de 2019.

No Brasil, a fusão exigiu um único movimento para obtenção do aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), a venda de parte do negócio de milho. A venda desses ativos para os chineses Citic Agri Fund e Yuan LongPing High-Tech Agriculture deu origem a uma nova empresa no país, a LP Sementes.