09/11/16 14h34

JSL vê boas oportunidades e investe na expansão da frota

Valor Econômico

A empresa de serviços e logística JSL continua fazendo investimentos expressivos, principalmente na Movida, aproveitando as oportunidades que surgiram com o cenário macroeconômico atual.

A companhia informou ontem que teve prejuízo líquido de R$ 27,1 milhões no terceiro trimestre, ante o lucro de R$ 8,2 milhões apurado no mesmo intervalo de 2015. O resultado refletiu fatores como a migração de contratos na logística, que geram gastos adicionais na desmobilização; pelo desenvolvimento da rede de lojas da Movida, que geram despesas; e pela maior despesa financeira no ano, por causa dos investimentos.

"Nossa companhia tem aproveitado para executar investimentos, seja no segmento de logística, seja no negócio da Movida", disse, em entrevista ao Valor, o presidente da JSL, Fernando Simões.

Os investimentos líquidos no trimestre somaram R$ 302 milhões, acumulando R$ 764,3 milhões entre janeiro e setembro. No terceiro trimestre do ano passado, os investimentos líquidos somaram R$ 277,4 milhões, atingindo cerca de R$ 1 bilhão nos três primeiros trimestres do ano.

"Estamos aproveitando oportunidades para aumentar o capex, mas com condições diferenciadas", disse Simões. Segundo ele, a companhia tem, por exemplo, conseguido comprar veículos com condições e prazos diferenciados. Além disso, está estabelecendo compromissos com fornecedores para 2017. "Isso é importante, porque os fornecedores nos veem como uma aliança importante no longo prazo", disse o executivo.

A manutenção dos investimentos significativos "mostra nossa crença não só no Brasil, mas no nosso negócio", disse Simões. Depois dessa fase, segundo ele, a empresa seguirá com crescimento, mas com uma necessidade de investimentos menor.

Na parte de logística, a JSL está em um momento de transição, apostando em um modelo mais leve de ativos, disse Denys Ferrez, diretor financeiro da companhia. O aumento de custos é normal nessa situação, devido à desmobilização de ativos, por exemplo, disse ele.

A estratégia de manter os investimentos foi um dos motivos que permitiu que a receita líquida da companhia tivesse alta 12,8% no trimestre, para R$ 1,734 bilhão. O resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) recuou 4,4% no trimestre, para R$ 285,1 milhões.

A maior receita do trimestre foi obtida no segmento de logística, de R$ 1,065 bilhão, alta de 3,7% na comparação anual. O valor reflete, principalmente, os novos contratos, que mais que compensaram a queda do volume de alguns contratos existentes, impactados pela retração da economia. Na Movida, a receita somou R$ 498,7 milhões, alta de 48,2%, beneficiada pelo crescimento das operações.