29/07/21 12h59

Lanaf vai desenvolver tecnologias baseadas em fotônica para aplicação no agronegócio

IPESI

O Laboratório Nacional de Agrofotônica (Lanaf) da Embrapa Instrumentação, em São Carlos (SP) foi aprovado em chamada pública para integrar o Sistema Nacional de Laboratórios de Fotônica (Sisfóton-MCTI). Pioneira na aplicação da fotônica no agro, com quase 20 anos de atuação neste campo da ciência, o centro de pesquisa segue alinhado aos desafios nacionais para promover o avanço científico e tecnológico do setor. 

Totalmente dedicado ao desenvolvimento de tecnologias aplicadas ao agronegócio, o Lanaf é o único selecionado nesta linha de pesquisa entre os 39 submetidos na chamada do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), para integrar o Sisfóton-MCTI. 

A iniciativa teve o objetivo de apoiar laboratórios ou redes de laboratórios direcionados à pesquisa, ao desenvolvimento e à prestação de serviços tecnológicos, ao empreendedorismo e à inovação em Fotônica. 

O Lanaf vai atuar em ambiente colaborativo, de forma a unir competências já instaladas na própria Embrapa Instrumentação, conectar centros de pesquisa da Embrapa das regiões Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e Distrito Federal, além de instituições públicas renomadas, dentro e fora do país. O intuito é fortalecer o ecossistema de inovação em fotônica, estratégico para o aumento da competitividade brasileira. 

“A proposta de estabelecimento de um Laboratório Nacional de Agrofotônica é excepcional. Trata-se do uso amplo de técnicas fotônicas em segurança alimentar e segurança do alimento, além de toda a cadeia de produção”, diz o parecer emitido pelo CNPq á pesquisadora Débora Milori, líder do projeto. 

O documento aponta a visão da equipe como extremamente qualificada, a ponto de afirmar que pode se tornar referência no país e no exterior em fotônica aplicada ao agronegócio. 

Outro destaque mencionado refere-se à infraestrutura, apontada como ampla e variada, com linhas de pesquisa que apresentam retorno econômico, social e científico imediato, além de um plano de negócios, avaliado como bem detalhado e coerente, conforme a experiência da Embrapa. 

A física Débora Milori, com quase duas décadas de experiência na aplicação de fotônica na agropecuária, adiantou que as atividades do Lanaf serão desenvolvidas com foco em toda a cadeia de produção de alimentos – a começar pelo campo, passando pela logística, industrialização e ou comercialização até a entrega ao consumidor. 

Para isso, a proposta do Lanaf é atuar mais forte e diretamente em cinco linhas principais de pesquisa – qualidade de insumos; monitoramento, remediação ambiental e sequestro de carbono no solo; mapeamento de áreas agrícolas e agricultura de precisão; pós-colheita e agroindústria. 

Segundo a diretora-executiva de Inovação e Tecnologia da Embrapa, Adriana Regina Martin, essa é mais uma grande conquista para a Embrapa. “Em 2013, o Laboratório Nacional de Nanotecnologia para o Agronegócio (LNNA), sediado na Embrapa Instrumentação, foi selecionado entre os oito laboratórios estratégicos para integrar o Sistema Nacional de Laboratórios em Nanotecnologias (SisNANO-MCTI). Agora, o Lanaf é um dos 10 selecionados, entre 39 propostas, a fazer parte do Sisfóton-MCTI”. 

A diretora destaca ainda que o laboratório contribuirá para o aumento das parcerias da Embrapa com o setor produtivo, resultado atrelado à meta descrita no edital do Sisfóton e também no VII PDE (Plano Diretor da Embrapa), que trata da ampliação de projetos de inovação aberta.  

O chefe-geral da Embrapa Instrumentação, João de Mendonça Naime, diz que o Laboratório Nacional de Agrofotônica consolida mais uma conquista pioneira da Embrapa Instrumentação baseada em sua estratégia de desenvolver e aplicar técnicas fundamentais da física na agropecuária. 

“As metodologias fotônicas possibilitam medir de forma rápida e precisa características físicas e químicas das plantas, dos animais, dos minerais e até dos fatores climáticos que influenciam o sistema produtivo. Portanto, esse laboratório multiusuário contribuirá fortemente para o imprescindível salto tecnológico rumo à digitalização efetiva de todos os elos da cadeia produtiva”, avalia Naime. 

O objetivo principal do Lanaf é fortalecer a área de fotônica aplicada à agricultura, ao meio ambiente e à agroindústria brasileira. Além disso, o laboratório vai estabelecer uma rede nacional, que tenha estrutura de equipamentos e pessoal, a fim de favorecer o desenvolvimento de novas tecnologias com base em fotônica no agro. 

De acordo com a pesquisadora, foram aprovados recursos da ordem de R$ 500 mil, que deverão ajudar a estabelecer essa grande rede de pesquisa e estruturar o Lanaf. “Novos projetos deverão ser organizados, tanto com agências de fomento como em parceria com a iniciativa privada, visando o fortalecimento da área”, avalia. 

FOTÔNICA – Considerada como uma das principais ciências do século 21, a fotônica, numa visão simplificada é a ciência da geração, emissão, transmissão, modulação, processamento, amplificação e detecção da luz, mas atualmente o conceito é bastante amplo e é considera toda técnica que usa ou manipula fótons – porções minúsculas de luz -, como ondas de rádio, por exemplo. 

Na Embrapa Instrumentação já é utilizada em tecnologias que ganharam o mercado, como o AGLIBS, aparelho desenvolvido em parceria com a spin-off Agrorobótica para fornecer dados de quantidade de carbono orgânico do solo, textura (teores de areia, silte e argila) e pH. Com a aprovação do Lanaf, as pesquisas serão impulsionadas dentro e fora da Embrapa Instrumentação. 

fonte: https://ipesi.com.br/lanaf-vai-desenvolver-tecnologias-baseadas-em-fotonica-para-aplicacao-no-agronegocio/