Marcopolo pretende fornecer ônibus elétricos para São Paulo e outros municípios
Primeiro veículo eletrificado da empresa com chassi próprio poderá abastecer frotas-piloto de cidades do país
Automotive BusinessA Marcopolo dá um passo importante em seu projeto de eletromobilidade. A empresa pretende fornecer unidades do seu primeiro ônibus elétrico com chassi próprio para a cidade de São Paulo e outros municípios. De acordo com a empresa, o veículo poderá compor frotas-piloto em inúmeras localidades espalhadas pelo país.
Segundo Renato Machado Florence, gerente de engenharia, desenvolvimento e planejamento da Marcopolo, os gestores públicos se mostraram “bastante interessados” no novo produto da empresa. “Conversamos, por exemplo, com a SPTrans, e o nosso carro entrará em testes em São Paulo”, disse o porta-voz da companhia. “Já estamos construindo veículos com a especificação SPTrans”, concluiu.
Testes na rua com o ônibus elétrico da Marcopolo
Ainda de acordo com Florence, a fábrica está “trabalhando para captar todos os desejos” dos operadores. A Marcopolo, vale frisar, já trabalhava com tal visão desde o início do projeto. Tanto é que, ao anunciar o início da produção em série do Attivi integral, a companhia indicou que fabricaria configurações distintas, que atenderiam todo o país.
Segundo o executivo da Marcopolo, os municípios, São Paulo incluso, demandam, num primeiro momento, frota piloto de 10 a 15 veículos para "uma fase de testes" – algo natural no segmento. ”Esperamos que, no primeiro trimestre do próximo ano, já tenhamos as primeiras unidades para entregar aos clientes para estes projetos-piloto”, antecipou o porta-voz.
Interesse de operadores privados e parceria com USP
Além do poder público, a Marcopolo diz que operadores privados também demonstraram interesse em seu primeiro ônibus elétricos com chassi próprio. Conversas, a fim de transformar tal interesse em realidade, estariam bem avançadas.
Para completar, a companhia celebra um convênio com a USP com o objetivo de reativar três veículos equipados com célula de hidrogênio produzidos há anos. Os ônibus serão atualizados e começarão a operar nas premissas da universidade no fim do primeiro semestre de 2023.
Não à toa a Marcopolo incentiva tais iniciativas ESG. Andre Armaganijan, que assume como novo CEO da empresa em abril de 2023, aposta no desenvolvimento em novas tecnologias e, por conseguinte, na retomada do crescimento no mercado externo.
“A partir da engenharia brasileira, seremos capazes de oferecer produtos para todas as áreas onde a Marcopolo atua. A Austrália demanda fortemente veículos elétricos, com a particularidade, no caso, que é o hidrogênio. A Marcopolo está inserida nesse contexto”, garante Renato Machado Florence.
Foco global
Em entrevista concedida recentemente à Automotive Business, o futuro CEO da companhia já havia ditado o caminho a ser trilhado pela Marcopolo: o da continuidade. Armaganijan pretende acelerar diretrizes encetadas na gestão de James Bellini que acabaram sofrendo algum atraso por conta da pandemia.
"O propósito é dar continuidade a todo o trabalho que a fabricante está fazendo. Nos últimos dois, três anos, discutimos novas tecnologias, lançamento de produtos elétricos, combustíveis alternativos, a nova Geração 8 de carroçarias, novos modais. A empresa vem se transformando de uma forma bem positiva, e a minha proposta, sem dúvida, é dar continuidade a isso", disse o executivo. "Expansões internacionais são sempre temas que olhamos. A Marcopolo quer continuar sendo uma empresa global."