14/01/14 10h44

Mercedes mostra carro que vai fazer no Brasil

Valor Econômico

Um grande "C" estilizado em prata na entrada do hotel Westin Book Cadillac, no centro de Detroit, dá logo a pista do que os convidados vão ver por lá. Um ano atrás, a montadora alemã Mercedes-Benz já havia reservado o espaço para apresentar o CLA, lançado para ser a nova porta de entrada à sofisticada gama de automóveis da marca.

Já na noite de domingo, no evento de abertura que antecede a abertura à imprensa do salão do automóvel de Detroit, o objetivo era apresentar ao mundo a nova geração de seu carro mais vendido, o Classe C.

Promover a apresentação do modelo em território americano não foi uma decisão aleatória da montadora alemã. Além de os Estados Unidos representarem o maior mercado consumidor desse modelo - que, na versão anterior, vendeu mais de 2,4 milhões de unidades em todo o mundo -, a fábrica da Mercedes no Alabama, no sudeste do país, passará a produzir o sedã a partir deste ano, junto com outros três utilitários esportivos já montados no local.

Mas o lançamento também mereceu atenção dos jornalistas brasileiros que acompanharam a apresentação. Afinal, o modelo C será um dos dois carros a serem inicialmente produzidos na fábrica que a Mercedes-Benz vai construir em Iracemápolis, no interior paulista, com investimentos de R$ 500 milhões. O outro modelo é o utilitário esportivo GLA.

Coube ao anfitrião da festa, o presidente do grupo Daimler, Dieter Zetsche, apresentar as evoluções do carro. Em relação à versão anterior, o novo Classe C pesa 100 quilos a menos - apresentado como o mais leve no segmento -, além de ser maior: são quase 10 centímetros a mais em comprimento e 4 centímetros adicionais em largura.

O novo Classe C será vendido na Europa a partir de € 33,6 mil, mas o preço para o mercado brasileiro não foi definido

A Mercedes ainda incorporou ao carro tecnologias que estavam no topo de sua gama, como o sensor de fadiga e o sistema de frenagem automática que reduz, de forma autônoma, a gravidade de acidentes no caso de carros que estão em velocidade de até 200 quilômetros por hora.

Ao se referir à CES, a feira de tecnologia realizada em Las Vegas (Estados Unidos) na semana passada, Zetsche citou tais avanços como exemplo de velocidade na inovação da indústria automobilística. "No passado, visitar a CES costumava ser um forte lembrete de que a indústria da tecnologia da informação é um pouco mais rápida do que a nossa. Mas agora estamos aumentando o ritmo de inovação. E também estamos acelerando a migração de dispositivos do topo para o centro de nossa linha", comentou o executivo.

O novo Classe C será vendido na Europa a partir de € 33,6 mil (preço equivalente a R$ 117 mil). No Brasil, o modelo começa a ser importado no segundo semestre deste ano, mas a Mercedes ainda não informa por qual valor ele será comercializado.

Ao ser abordado por jornalistas brasileiros após a apresentação, Zetsche destacou o crescimento do mercado premium no Brasil e disse que a montadora tem produtos adequados no segmento de compactos para atender a essa demanda.

Segundo ele, a montadora projeta o desenvolvimento da fábrica de Iracemápolis em duas fases, a começar com uma capacidade de produção de 20 mil carros por ano de dois modelos. Depois disso, a marca vai avaliar se deve partir a uma segunda etapa de investimentos para ampliar a capacidade e o portfólio. A fabricação no local da marca de subcompactos smart não está nos planos nesse primeiro ciclo.

O executivo falou ainda sobre a recuperação do mercado americano, onde as vendas da Mercedes cresceram 14% no ano passado. "Quase um em cada cinco carros de luxo vendidos é um Mercedes", disse Zetsche durante a premiere em Detroit. Para ele, as vendas de carros nos Estados Unidos, que somaram 15,5 milhões no ano passado, devem ultrapassar 16 milhões de unidades em 2014.