28/05/14 15h15

MicroStrategy reforça oferta de nuvem no país

Companhia americana anuncia contrato global com a Amazon Web Services para hospedar seu portfólio de software como serviço

Brasil Econômico

Uma das mais recentes ondas do mercado de tecnologia da informação (TI), o big data está na ordem do dia para os grandes fornecedores de TI. Com menor poder de fogo na comparação com competidores como a IBM, SAP, Microsoft e Oracle, a companhia americana de softwares analíticos MicroStrategy definiu há cerca de dois anos a oferta no modelo de computação em nuvem como sua rota de crescimento. Nesta semana, a empresa vai anunciar o mais novo passo dessa estratégia. A companhia acaba de fechar um contrato com a Amazon Web Services (AWS), braço de oferta de infraestrutura de computação em nuvem da gigante varejista americana.

Com o novo acordo, as ofertas de software da MicroStrategy na nuvem passam a ser hospedadas em nove data centers da AWS ao redor do mundo. No Brasil, um centro de dados da AWS instalado em São Paulo vai responder pelo suporte a todos os negócios da MicroStrategy nessa modalidade na América do Sul. Até então, todo o portfólio da empresa na nuvem estava hospedado em data centers próprios nos Estados Unidos. “O contrato com a AWS vai nos permitir expandir a capacidade e a performance das nossas aplicações na nuvem globalmente”, diz Altaz Bhanji, diretor global de produtos da MicroStrategy. “Com essa nova estrutura, entre outros benefícios, os clientes em mercados como o Brasil terão a possibilidade de começar a rodar uma nova aplicação em menos de 30 minutos”, observa.

Outros fatores inerentes à computação em nuvem foram destacados pelo executivo como elementos da estratégia recente da MicroStrategy que estão sendo reforçados coma parceria. Nesse contexto, o modelo mais acessível de aquisição sob o formato de software como serviço é uma das bases para atrair novos clientes. Com a parceria, além do modelo tradicional de licenças, os clientes passam a ter duas opções de compra. A primeira delas inclui a hospedagem dos sistemas nos data centers globais da AWS como pagamento precificado por hora—US$ 1/hora. Outra alternativa disponível é a hospedagem das soluções em um data center próprio da MicroStrategy, localizado nos Estados Unidos. Nesse caso, os planos de assinatura são anuais e os valores variam de acordo como número de usuários. “A ideia é dar mais opções para que os clientes tenham flexibilidade de usar os sistemas sob demanda, de acordo com as suas necessidades no momento”, diz o executivo.

A nova estrutura por trás da oferta também fortalece outro componente estratégico da MicroStrategy; o desenvolvimento de versões de grande parte de seu portfólio para os dispositivos móveis. “O avanço da mobilidade é uma das grandes transformações do mercado de softwares analíticos. Hoje, um executivo munido de um smartphone consegue, por exemplo, visitar uma determinada loja e comparar, em tempo real, o desempenho de vendas daquela unidade com outras lojas semelhantes da mesma rede e tomar decisões naquele exato instante”, diz Cynthia Bianco, gerente-geral da MicroStrategy no Brasil.

De acordo coma executiva, varejo e telecomunicações são os segmentos de maior penetração para as ofertas de computação em nuvem da MicroStrategy no Brasil. Em termos de porte das empresas, a adoção local desse portfólio, antes mais restrita às pequenas e médias empresas, começa a ganhar maior escala também entre as grandes companhias. “O fato de ter um data center local vai ampliar nosso alcance. Até então, muitas empresas tinham receio de aderir em virtude da preocupação com possíveis falhas de conexão, pelo fato de o data center estar instalado nos Estados Unidos”, afirma.

No plano de possíveis barreiras na migração das empresas para a nuvem, as falhas recentes de disponibilidade na plataforma de nuvem da também americana Adobe reacenderam as discussões em torno desse modelo. “Os casos desse porte são públicos e ganham grande notoriedade. No entanto, há um número ainda maior de problemas internos que acontecem dentro das estruturas tradicionais de TI das empresas e que não são divulgados. Penso que o modelo de nuvem tem uma grande vantagem: os prestadores de serviço desse porte são especialistas e possuem rígidos procedimentos para retomar as operações. Nem todas as companhias contam com essa infraestrutura”, observa.