04/01/16 13h59

Na crise, Vulkan reforça as exportações

valor econômico

A Vulkan do Brasil, produtora de tecnologias de transmissão de potência e sistemas de frenagem, aposta no aumento das exportações para crescer na crise. A meta é ampliar a fatia das vendas externas de atuais 10% a 15% para entre 20% e 30% até 2018, com o avanço da presença em mercados para os quais já exporta - Austrália, África do Sul e Europa -, e para destinos incipientes em seu portfólio - China, Índia e Estados Unidos. Hoje, os países da América Latina concentram 50% das exportações da subsidiária brasileira.

A fábrica da empresa, em Itatiba (interior de São Paulo), é uma das cinco do grupo alemão Vulkan, que tem ainda unidades industriais na Alemanha, China, Estados Unidos e Itália.

Fundada em 1889, a Vulkan está há 40 anos no Brasil, onde começou atendendo a então pulsante indústria naval - a empresa é líder no mercado de acoplamentos navais. Com o desaquecimento do setor, diversificou as áreas de atuação no Brasil. A fábrica brasileira se tornou centro de desenvolvimento de tecnologias industriais e polo exportador. Cerca de 6% do faturamento anual da planta é destinado ao desenvolvimento de novos produtos.

No mercado doméstico são clientes ativos da Vulkan do Brasil as empresas Sandvik, Vale, CSN, Gerdau, Alstom , WEG, Caterpillar, Marinha do Brasil, Wilson Sons, grupo Aliança, Stemac, Electrolux, Whirlpool, Valeo, Esmaltec e Haceb. Uma das áreas de negócio da empresa é a tecnologia de conexões de tubos e mangueiras para refrigeração e ar-condicionado com o sistema patenteado Lokring. Trata-se de um anel que evita métodos convencionais de conexões como solda, sendo, assim, mais seguro (não há chamas).

A Vulkan do Brasil previa aumentar o faturamento de 2015 em cerca de 10%, para R$ 100 milhões - a margem de lucro não é divulgada. A perspectiva de alta é resultado da adoção de alternativas para enfrentar o duro ambiente interno. Presidente da unidade brasileira desde setembro de 2014, Klaus F. Hepp explica que o crescimento se daria pelo aumento das exportações e pelo desenvolvimento de novas aplicações. "Estamos entrando com força no segmento de energia eólica", diz, para o qual a Vulkan fornece peças do sistema de frenagem das turbinas. Integram o plano de negócios dos próximos três anos o aumento do portfólio com clientes menores e a pulverização das aplicações. Há dois anos 80% da carteira era dominada por 10 a 15 clientes.

Hepp afirma que a expansão das vendas no exterior vai gerar um ganho estrutural ao negócio. Com a adequação dos produtos a requisitos mais altos, condição para entrar em mercados mais exigentes, a Vulkan do Brasil terá um portfólio maior de produtos certificados.

Apesar do aumento de receita previsto para 2015, a Vulkan do Brasil já contabiliza para 2016 um recuo nos negócios domésticos devido à crise, o que deve ser compensado pela ampliação da atuação em outros países na América Latina - a empresa abriu em dezembro uma sucursal de vendas na Colômbia e inaugurará neste mês uma no México. "Devemos ter em 2016 o mesmo faturamento de 2015. Já até 2018 devemos crescer 30% sobre os R$ 100 milhões de 2015", diz Hepp.

De capital fechado e 100% familiar, o grupo Vulkan tem gestão profissionalizada. Além das fábricas, tem 21 filiais (a do México será a 22ª) e está presente em 50 países com escritórios de representação.