07/08/15 16h01

Novos acordos comerciais são aposta para exportações de veículos

Tratativas com os governos do Peru e da Colômbia devem continuar o crescimento nas vendas externas

ABCD Maior

Os empresários no setor automotivo apostam nos acordos em andamento com os governos peruano e colombiano para continuar a retomada das exportações de veículos. Nos sete meses deste ano, as vendas para o exterior apresentaram aumento de 10,7% em comparação com igual período do ano passado, com 225.305 unidades exportadas. É o que afirmou Luiz Moan, presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), durante apresentação dos dados do setor nesta quinta-feira (06/08).

“Um fator importante mas pontual do aumento das exportações é o dólar valorizado. No entanto, estamos trabalhando junto com o governo federal em medidas estruturais, como os acordos automotivos com outros países, como Peru e Colômbia, onde os governos dos dois países estão estreitando as tratativas”, apontou. O executivo citou que a renovação do acordo automotivo com o México, realizado em março deste ano, já possibilitou um avanço de 70% nas exportações.

No final de junho, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, esteve nos dois países e citou que entre as ações previstas estão as negociações para antecipar os cronogramas de redução de tarifas, a conclusão de acordos de cooperação, ações para facilitar investimentos e o fortalecimento de mecanismos de comércio bilateral.

Vendas mensais

O licenciamento total de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus apresentou crescimento de 7,1% no mês de julho, em comparação com o mês anterior, com 227.616 unidades vendidas. Com isso, o nível de estoque caiu de 351 mil unidades em junho, para as atuais 344 mil unidades. No acumulado do ano, o setor ainda enfrenta queda de 21% comparado ao mesmo período do ano passado.

Na produção, o ritmo voltou a acelerar em julho com aumento de 17,8%, com 215.145 unidades montadas no mês. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, a queda é de 14,9%, com diferença de 37.573 unidades produzidas. “As quedas de um ano para o outro são reflexos das medidas de afastamento dos trabalhadores da produção para acompanhar a demanda do mercado”, disse Moan.

O executivo reforçou o otimismo com as medidas adotadas pelo governo para enfrentar o momento difícil na economia e, especificamente, no setor automotivo. “É apenas um momento, que em alguns meses deve ser revertido. O PPE (Plano de Proteção ao Emprego) é uma das ajudas oferecidas às empresas que enfrentam dificuldades para manter os empregos e restabelecer o ritmo de vendas e produção”, afirmou.