11/05/07 12h04

País deve ter safra recorde de 132 mi de toneladas

Folha de S. Paulo - 11/05/2007

Com o final da colheita de soja e milho, a safra brasileira de grãos de 2007 está cada vez mais perto de ser a maior da história do país. A estimativa de abril do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) aponta para uma produção de 132,3 milhões de toneladas neste ano. A cifra 7% maior do que o recorde registrado em 2003 -123,6 milhões de toneladas. Na comparação com 2006, quando foram colhidas 116,6 milhões de toneladas, o crescimento ficou em 13,5%. De março para abril, a previsão do IBGE subiu 1,2% principalmente por causa do bom desempenho das lavouras de inverno que começam a ser plantadas em abril. Segundo Neuton Alves Rocha, gerente do levantamento de safra do IBGE, a recuperação dos preços dos principais produtos e as melhores condições climáticas neste ano asseguram o bom desempenho das lavouras. Ele não espera uma alteração significativa da estimativa nos próximos meses. Isso porque, sozinhas, a primeira safra do milho (a de verão) e a de soja representam 82% da produção de grãos do país. Segundo o instituto, o melhor clima e as melhores técnicas de plantio vão garantir que haja um aumento da produção, já que a área plantada cresceu apenas 0,1% -45,6 milhões de hectares. Em abril, o IBGE passou a contabilizar também as informações das lavouras de inverno, como o milho de segunda safra e o trigo. As primeiras informações dessas culturas explicam o aumento da previsão de março para abril em 1,5 milhão de toneladas. Na comparação com abril de 2006, a safra de soja cresceu 9,2% na esteira da recuperação dos preços internacionais desde o final de 2006 depois um período de baixa. No caso do milho, o IBGE estimou um crescimento da lavoura de 16%. As cotações internacionais do produto também estão em alta por causa da maior procura pelo milho, motivada pelo aquecimento da produção de álcool nos EUA. Se os grãos vivem um ano bom, a lavoura de café vive um 2007 fraco. O IBGE prevê uma queda de 15,3% na produção, reflexo do que os técnicos chamam de "bianualidade" dessa cultura. É que o produto demanda muitos nutrientes do solo, que precisa de um tempo maior de recuperação. Por isso, as lavouras alternam anos de alta e baixa produtividade.