14/06/22 14h16

Projeto da USP vai restaurar 10 hectares de florestas em São Pedro até o fim do ano

Coordenado pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da USP, projeto Corredor Caipira iniciou ações de reflorestamento que vão ajudar no aumento da disponibilidade hídrica para abastecimento público na cidade

Jornal da USP

A cidade de São Pedro, no Estado de São Paulo, sofre há anos com as queimadas em sua vegetação natural e períodos de estiagem relacionados à perda da cobertura florestal. Para ajudar no enfrentamento deste problema e criar corredores agroecológicos entre municípios, o projeto Corredor Caipira, coordenado pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, vai fazer até o final deste ano a restauração de dez hectares de florestas no município, incluindo a participação do poder público, sociedade civil e comunidade local. 

O reflorestamento em São Pedro faz parte de um projeto maior, que vai implantar 45 hectares de florestas e agroflorestas, unindo fragmentos florestais atualmente isolados em municípios da região de Piracicaba, no Estado de São Paulo. Além das cidades de Piracicaba, São Pedro, Águas de São Pedro, Santa Maria da Serra e Anhembi, outros 13 municípios serão beneficiados indiretamente, por meio do auxílio na definição de áreas prioritárias para restauração florestal, com o objetivo de melhorar a conectividade entre matas nativas. 

Com o nome Plano Emergencial de Restauração Ecológica de São Pedro, o projeto na cidade ganhou no início de junho o status de política pública, com o compromisso firmado entre a Câmara de Vereadores de São Pedro, a Coordenadoria de Meio Ambiente e o Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente de São Pedro de priorizar a pauta da restauração florestal até outubro deste ano. 

Para dar início ao processo, especialistas do Corredor Caipira realizaram diversos encontros e oficinas nos meses de outubro e novembro do ano passado para apresentar o diagnóstico ambiental da cidade e também discutir, junto da sociedade civil, do poder público e do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente, estratégias e prioridades para restauração ecológica no município. 

“As cabeceiras dos ribeirões Pinheiro e Samambaia, bem como o Bairro Capim Fino, foram as regiões apontadas como de maior urgência para restauração florestal, principalmente pela questão do abastecimento público de água”, destacou Girlei Cunha, consultor florestal do Corredor Caipira, em depoimento ao jornal O Regional. Essas regiões representam cerca de 15% do território municipal, sendo 1,1 mil hectares de áreas protegidas junto a nascentes e corpos d’água, as chamadas APPs (Áreas de Preservação Permanente). 

Os objetivos do plano de restauração na cidade incluem: 

apontar áreas prioritárias para a recuperação florestal de forma a aumentar a disponibilidade hídrica para abastecimento público;

engajar a população, a sociedade civil e o poder público municipal no processo de restauração ecológica;

identificar mecanismos que possibilitem o financiamento dos custos envolvidos em projetos de recuperação florestal;

reforçar os compromissos relacionados aos processos de restauração ecológica de dez hectares a serem realizados pelo Corredor Caipira;

estabelecer estratégias que possibilitem a criação de uma política pública ou programa permanente de restauração ecológica no município;

estabelecer um cronograma para a recuperação de vegetação nativa de no mínimo mil hectares de APPs hídricas até 2030. 

Ação ambiental e engajamento social 

O Corredor Caipira – Conectando Paisagens e Pessoas é um projeto realizado pelo Núcleo de Cultura e Extensão em Educação e Conservação Ambiental (Nace-Pteca) da Esalq e pela Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz (Fealq). Aprovado no Programa Petrobras Socioambiental, conta com o patrocínio da Petrobras, além de parcerias com comunidades locais, pesquisadores, educadores, empresas, instituições de pesquisas e órgãos ambientais da esfera pública. 

As ações também buscam incentivar o envolvimento da população local na preservação do meio ambiente com a realização de cursos em educação ambiental para os moradores da região, concursos de fotografia e na formulação de políticas públicas voltadas para a conservação da Mata Atlântica. Também são oferecidas atividades virtuais que divulgam as belezas da fauna, da flora e as riquezas da cultura caipira, como um passeio virtual pela área de preservação e uma playlist no Spotify, com músicas que retratam um pouco dessa cultura. 

Saiba mais sobre o Corredor Caipira e os corredores agroecológicos: 

fonte: https://jornal.usp.br/universidade/projeto-da-usp-vai-restaurar-10-hectares-de-florestas-em-sao-pedro-ate-o-fim-do-ano/