25/11/14 12h51

Renova e espanhola SunEdison criam parceria em solar

Valor Econômico

A Renova Energia, braço de energia renovável da Cemig, e a espanhola SunEdison anunciaram, ontem, a criação de uma joint venture para desenvolvimento de projetos com energia solar no Brasil. A operação estabelece 50% de participação para cada uma das companhias.

A nova empresa ainda não tem um nome definido, conta com dois diretores de cada uma das companhias no seu corpo executivo e deve assumir os projetos da Renova ganhadores do leilão de energia renovável deste ano. No entanto, a transferência do projeto com as quatro unidades a serem instaladas na Bahia depende da aprovação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Para os 106 MW já vendidos pela Renova no leilão, será necessário investimento de R$ 440 milhões. Desses, 65% deve ser obtido por financiamento via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e os outros 35% do montante serão de responsabilidade da joint venture, respeitando a fatia de 50% de cada companhias.

A nova empresa deve investir R$ 5 bilhões para colocar de pé 1 GW de capacidade instalada, que é o alvo do novo projeto. Desse valor, R$ 1,5 bilhão será de recursos próprios e o restante captado por financiamento.

Segundo o acordo, as empresas estabeleceram um regime de exclusividade para a entrada nos projetos de solar no país. Isso não limita, no entanto, as operações da SunEdison como fornecedora. O projeto da fábrica da espanhola, com duas usinas, uma de módulo e uma de rastreadores, com capacidade produtiva de 40 MW/ano, continua de pé, para atender ao mercado brasileiro.

"Uma coisa é a joint-venture, outra os planos de fornecimento para o mercado", explicou Luis Pita, diretor da SunEdison no Brasil.

"Na parte de fornecimento de equipamentos, a joint venture poderá comprar o que for melhor para seus projetos. Não assumimos o compromisso de comprar da SunEdison. Na parte da fábrica deles, também não há exclusividade", completou Pedro Pileggi, diretor financeiro e de relação com os investidores da Renova.

Além disso, a geradora de energia renovável continua atuando por conta própria nos projetos de energia eólica no Brasil. A empresa vai participar do próximo leilão de energia, marcado para esta sexta-feira, com foco em eólica, já que não há demanda exclusiva para solar, que tem um preço mais alto.